Novamente em contato
com o presidente da Associação Pusuru, Francinildo Cosme Kabá Munduruku, O Blog
FAROFINO, tomou conhecimento de outra nota divulgada pela Pusuru, que trata
deste momento em que pessoas indígenas estão sendo nomeadas em todo o Brasil para
administrar os órgãos que cuidam dos interesses dos povos indígenas em todo o
país, ele citou a Ministra da República - Sônia Guajajara, o Presidente da
FUNAI - Joênia Wapichana, o Secretário Nacional de Saúde Indígena - Weibe
Tapeba, o Secretário de Estado no Pará - Puyr Tembé, o Presidente da Fundação
Estadual do Índio do Amazonas - Vanderlei Alvino; a Secretária Extraordinária
dos Povos Indígenas do Amapá - Eclemilda Macial, e o Presidente da Câmara
Municipal de Jacareacanga, Giovani Kabá Munduruku.
Para Francinildo Munduruku,
“nós não aceitaremos ofensas onde somos desqualificados a exercermos quaisquer
cargos, seja na esfera municipal, estadual ou até federal, nossa gente tem
qualidade e está cada dia sendo preparados para assumir suas
funções dentro de nossas aldeias e nos órgãos da federação, somos unidos em
nossa causa, mesmo sabendo que forças externas se armam contra nossa gente, ainda
assim, teremos forças para nos defender com as qualificações as quais nosso
povo tem direito, estamos vivendo este momento, onde os Munduruku do Alto e
Médio Tapajós, em Assembleia Geral Extraordinária, realizada 6 e 7/02/23, na
Aldeia Waro Apômpu, indicaram para Coordenador do DSEi Rio Tapajós – Tomaz Waro
Munduruku, para Coordenador Regional da FUNAI/ Itaituba – Hans Amâncio Kabá
Munduruku; e, para Coordenador da CTL/FUNAI/Jacareacanga – João Akay Kabá”.
Os Munduruku, demonstram
insatisfação ao se deparar com os comentários daqueles que um dia, se
apresentavam como parceiros e aliados do povo Munduruku, na intenção de se
beneficiar para que seus nomes fossem indicados em assembleia geral, para
ocupar cargos relacionados a assistência e apoio ao povo Munduruku.
Vale lembrar que os indígenas Munduruku
de hoje, já não são mais os mesmos do passado que viviam mendigando apoio de
pessoas insanas que pensavam apenas no assistencialismo desse povo para se
perpetuar no poder, e ficar por anos frente a órgãos de apoio as famílias indígenas.
A união desse povo
indígena, é a força da unidade que valoriza sua cultura diante de tantas críticas
manifestadas por aqueles que sempre desejaram está em uma função de destaques
em defesa dessa gente que hoje eles tanto criticam, embora para essas pessoas
que são na verdade lobos vorazes, os mesmos falam que esses nomes apresentados,
fazem parte de uma associação indígena criminosa, o que é muito grave tais afirmações, pois,
esse povo construiu sua história, com muita luta para chegar onde estão.
Na verdade, a nota
apresenta e esclarece a sociedade a formação e experiência dos indígenas
indicados pelo povo Munduruku.
Seguindo com a matéria
e finalizando sua fala, Francinildo Munduruku diz “os parentes indicados tem
grande capacidade científica, são todos pós-graduados e possuem elevada
experiência de trabalho e/ou trabalharam na área pública, e dizer que são
despreparados, incompetentes e que fazem parte de uma associação criminosa
indígena, é preconceito, inveja e também um crime, a Pusuru está avaliando
entrar com representação criminal junto ao MPF contra essas pessoas, para
apurar crimes e danos morais coletivos contra o Povo Munduruku”.
Segue a baixo o
manifesto com seu texto fiel do original expedido pela ASSOCIAÇÃO INDÍGENA PUSURU-AIP.
MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE DO POVO MUNDURUKU
A Associação Indígena
Pusuru – AIP,
é a associação que representante o Povo Munduruku do Alto Tapajós, nos termos
do art. 232, da Constituição Federal de 1988, e investida nesta legitimidade,
vem, expor que:
Nós o Povo Munduruku,
em Assembleia Geral Extraordinária, realizada 6 e 7/02/23, Aldeia Waro
Apômpu, coordenada pelo Conselho Indígena Munduruku do Alto Tapajós -
CIMAT, se fizeram presentes caciques e cacicas, guerreiros e guerreiras,
professores e professoras, estudantes, pajés, homens e mulheres de dezenas de
aldeias, entre os quais o cacique geral dos Munduruku Arnaldo Kabá, nesta indicamos
indígenas para: 1) Coordenador do DSEi Rio Tapajós – Tomaz Waro Munduruku;
2) Coordenador Regional da FUNAI/ Itaituba – Hans Amâncio Kaba Munduruku;
e, 3) Coordenador da CTL/FUNAI/Jacareacanga – João Akay Kaba. Estes
nomes estão submetidos ao Governo Federal, para fins de nomeação.
Ocorre que esse protagonismo de pessoas indígenas, que estão em
todo o Brasil sendo nomeadas para administrar os órgãos que cuidam dos
indígenas, pelo visto nas redes sociais, blogs e outros, está incomodando
pessoas, que fazem diversas matérias e falas, que tratam os indígenas
indicados e nomeados como pessoas desqualificadas e despreparadas para cumprir
o papel de gestores de seus interesses. Falam sem conhecer o preparo
científico e experiência política e institucional dos indígenas nomeados e
indicados por suas legítimas representações culturais e institucionais, logo,
falam sem conhecer, ou se conhecem, falam por má-fé ou preconceito!
Assim a Pusuru vem apresentar a qualificação e
experiência dos indígenas mundurukus indicados.
1) Tomaz Waro
Munduruku:
Formação: a) 2010 – Ensino Médio – Secretaria de
Educação do Pará; b) 2016 – Graduação em Pedagogia - Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA (Resolução CONSUP 063/2013, de
11/07/2013); c) 2022 – Pós-graduado em Educação Escolar Indígena/Faculdade do
Tapajós - FAT (Portaria MEC 1.157/2012, DOU 14/09/2012); d) 2022 – Curso de
Capacitação do Conselho Distrital de Saúde Indígena Rio Tapajós-CONDISI/RT/
DSEi Rio Tapajós.
Experiência: a) 2007/2022 – Professor em escolas
indígenas de Jacareacanga-PA, nas séries inicias até o nono ano - língua
portuguesa e materna, história, geografia, matemática e arte; b) 2013/2016 –
direção de escolas indígenas de Jacareacanga-PA; c) 2012/2021 – Participou como
membro do Conselho Distrital de Saúde Indígena Rio Tapajós - CONDISI/RT; e d) 2022
–presidência do Conselho Distrital de Saúde Indígena Rio Tapajós - CONDISI/RT
.
2) Hans Amâncio Kaba
Munduruku:
Formação: a) 1992- Mecânico
Reparador do Motor Diesel – SENAI/ Santarém; b) 2009 – Ensino Médio –
Secretaria de Educação do Pará; c) 2013-Formação Continuada em Educação
Especial e Inclusiva/ Prefeitura de Jacareacanga; d) 2014 – Graduação
em Licenciatura Plena em Letras/ Faculdade de Itaituba - FAI (Portaria
MEC 2.557/2003, DOU 16/09/2003); e) 2015 – Pós-graduado em Docência
Para o Ensino Superior/ Faculdade de Itaituba - FAI (Portaria MEC 279/2009,
DOU 03/03/2009);
Experiência: a) 1993/2012 – 5 mandatos - Vereador em
Jacareacanga; b) 2013/2014 – Professor de Língua Materna e Língua
Portuguesa em escolas indígenas de Jacareacanga-PA; c) 2014 – Ministrou
curso de língua indígena Munduruku na Faculdade de Itaituba – FAI; d) 2015- Coordenador
do Ensino Modular Indígena do Estado do Pará; e, e) 2017/2020 - Vice-Prefeito
de Jacareacanga-PA.
3) João Akay Kaba:
Formação: a) 2004 – Ensino Médio –
Secretaria de Educação do Pará; b) 2006 – Curso de Professor Indígena
Munduruku/ Instituto de Educação Estadual do Pará (Resolução CEE/PA n.
162/1983); c) 2011 – Graduação em Pedagogia/ Universidade
Estadual Vale do Acaraú – UVA/CE (Portaria Interministerial n. 821 de
31/05/1994 – DOU de 01/06/1994); d) 2022 – Graduação em Licenciatura
Intercultural Indígena pela Universidade Estadual do Pará – UEPA/Altamira
(Resolução CEE/PA n. 714 de 14/11/2018); e) 2023 – Mestrando em Educação
Escolar Indígena/ Universidade Estadual do Pará – UEPA/ Programa de
Pós-Graduação em Educação Escolar Indígena – PPGEEI.
Experiência: a) 1992/2022 – Foi professor em
escolas indígenas de Jacareacanga-PA, nas séries inicias até o nono ano
-ministrando disciplinas de língua portuguesa e materna, história, geografia,
matemática e arte; b) 1999/2006 – Exerceu a direção de escolas indígenas
de Jacareacanga-PA; c) 2009/2016 – Coordenador de Educação Escolar Indígena
no Sistema de Jacareacanga; d) 2017 - Assessoria Parlamentar na Câmara
Municipal de Jacareacanga-PA; d) 2020/2022 - Membro do Conselho Indígena
Munduruku do Alto Tapajós.
Esses dados mostram com clareza que são indígenas de
elevada capacitação científica e considerável experiência em diversas
atividades, em parte correlatas com as atividades dos cargos para os quais
foram indicados.
Tudo
indica, que são falas de pessoas que não aceitam o protagonismo indígena, mas terão de aceitar que os
indígenas passam a cuidar de seus interesses, como todo ser humano, poderão
acertar e também errar, mas, é inegável que os estudos, a prática e o trabalho
firme, fará dos indígenas indicados ainda mais preparados para ocupar cargos,
ter ainda mais sucesso, administrar de forma eficiente e honrar a confiança
depositada por nosso Povo Munduruku. Como todo trabalho há riscos de fracasso e
sucesso, mas nós confiamos nos parentes indicados e mais que isso vamos seguir
lutando e ajudando, para que tudo dei certo!
Após conhecer estes
dados esperamos que parem com essa fala de que são indígenas despreparados e
incompetentes ou que fazem parte de uma associação criminosa indígena, após
conhecer, seguir assim falando, vamos sentir como manifestação de preconceito!
FRANCINILDO COSME KABA
MUNDURUKU
PRESIDENTE DA AIP
FF- Força e foco, povo
Munduruku.