Foi barbaramente assassinado no sábado o indígena Lelo Akay Munduruku, 32
anos, residente na Av. castelo Branco, bela Vista, Jacareacanga. O corpo da
vítima foi encontrado por um morador jogado em um terreno baldio, próximo à
residência do pai da vítima, no bairro bela vista.
De acordo com as informações do sargento/PM Cajado, a vítima foi
assassinada em outro local e desovado naquela localidade. “Os indícios
demonstram que o corpo foi jogado naquele local, uma vez que na remoção do
corpo não foi encontrado vestígio de sangue e nem de luta no local da desova”,
disse Cajado, acrescentado que foram deflagradas 21 facadas e uma paulada que
destruiu o rosto da vítima.
Segundo Cajado, a Polícia iniciou imediatamente as investigações e ao
cruzar as informações chegaram a dois suspeitos, Samuel de Sousa, 27 anos,
mecânico de caminhão e cunhado da vítima e Alan Costa Silva, 22 anos, vulgo
jogador. O segundo suspeito já cumpriu pena na Cadeia Pública de Itaituba por
tráfico de drogas.
No final da tarde deste domingo (24), vários guerreiros munduruku ao
tomarem conhecimento da prisão dos suspeitos cercaram o destacamento policial
de Jacareacanga. Já no início da noite com a chegada do delegado de policia
civil Bezerra o clima se acirrou ainda mais.
Os guerreiros mundurucu que segundo a policia militar já chegavam a 200
cercaram a frente do destacamento policial e pretendiam fazer justiça com as
própria mãos. Usando uma estratégia audaciosa os policias civis colocaram a
viatura na garagem do destacamento e com os suspeitos dentro do veículo saíram
em disparada para Itaituba, deixando para trás 5 policiais militares para
acalmar 200 guerreiros indígenas revoltados.
O clima ficou mais tenso. Revoltados alguns guerreiros retiraram uma moto
de propriedade de um suspeito de assassinar o indígena de dentro do
destacamento e atearam fogo. Uma faca caiu de debaixo do banco da moto os
indígenas acham que a mesma foi usada no crime e a entregaram a policia.
Foi necessária muita diplomacia para contornar a situação. O sargento
Cajado chamou alguns funcionários da Funai e também algumas lideranças
indígenas e pediu para acalmarem os guerreiros. Cajado entrou em contato com o
comando da PM em Itaituba informando a situação e foi orientado a não se
confrontar com os indígenas. “Graças a Deus os indígenas se acalmaram e a
ameaça de invasão foi desfeita. A nossa guarnição vai permanecer no
Destacamento esta noite”, disse Cajado.
Texto e fotos: nonatosilvajcr@gmail.com
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