terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Sexo e Juventude


Na adolescência, inúmeras transformações biopsicossociais fazem contraponto ao sentimento de superioridade e onipotência típica dessa fase da vida, criando situações, às vezes, dramáticas. Em tese seria tempo de se conhecer e descobrir. Mas sabe-se que a vida sexual está inserida neste contexto adolescente de maneira desordenada. É comum dizer que adolescentes começam a vida sexual precocemente, isto é fato, e segundo o que os dados nacionais e mundiais nos mostram o despreparo é um problema a ser administrado pela sociedade. 
Levantamentos estatísticos mundiais apontam que anualmente um em cada 20 adolescentes contrai uma doença sexualmente transmissível; um em cada quatro abortos são realizados em adolescentes e o vírus da AIDS infecta cinco milhões de pessoas ao ano, sendo mais da metade em menores de 24 anos. 
De acordo com o IBGE pelo menos ¾ dos adolescentes até 19 anos têm vida sexual ativa, 500 mil se submetem ao aborto e cerca de 600 mil engravidam. A sexualidade é um campo amplo na vida de uma pessoa, abrangendo vários aspectos do ser e do viver. Sexualidade vai muito além do sexo e da transa, daí a sua importância na vida de todos nós. 
Ao começar a vida sexual cedo, os jovens ficam expostos a riscos. Por este motivo, orientação e informação são importantes e podem diminuir as diferenças auxiliando o adolescente a viver esta etapa com menos dúvidas e medos, permitindo uma vivência com risco reduzido. Contudo, não são apenas os aspectos educativo e biológico que deve ser cuidados, pois apesar de inúmeros artigos em jornais e revistas sobre o ponto G´, técnicas de enlouquecer um homem ou uma mulher na cama e aulas infindáveis sobre sexo seguro, a verdade é que na chamada ´hora H,´ o jovem se depara com sua completa ignorância e falta de habilidade diante da sexualidade. Isso geralmente fica mascarado por atitudes e pensamentos historicamente reforçados, que em nada contribuem para uma sexualidade plena e feliz. 
No começo os anos 90, quando, o ´ficar, começou a ser uma forma de relacionamento com a possibilidade de bom exercício da sexualidade, a expectativa era que isso trouxesse como fator positivo a experiência de se entrar mais em contato com Eros (amor, paixão, desejo ardente) e te ruma relação a dois mais equilibrada na descoberta conjunta dos prazeres sexuais. Infelizmente, não foi o que ocorreu. Ao invés de se extrair mais ou menos experiências do sexo numa descoberta conjunta tão decisiva na preparação de uma vida sexual mais prazerosa; o que se vê até hoje é o reforço do lado mais cruel da sexualidade, próximo da vulgarização, e até ouso dizer, da agressividade onde quem tem mais poder sujeita o outro aos seus caprichos e desejos. Ao contrário de apenas enfatizar a performance e a anatomia, a educação sexual deveria se debruçar com mais intensidade nos aspectos afetivos e emocionais. O envolvimento emocional deve ser considerado e valorizado como aspecto estimulante da sexualidade. Um bom relacionamento deve ser enriquecedor. As diferenças podem ser excitantes desde que respeitadas e o relacionamento deve contribuir, principalmente, para a autoestima. Além de aulas e palestras, nesse contexto é fundamental o testemunho dos pais no exemplo de respeito, cumplicidade e qualidade de vínculo. Fica o alerta para os nossos jovens, que devem rever os conceitos referentes à sexualidade. E isso pode começar por meio de uma releitura da educação sexual como está estabelecida, na qual os órgãos sexuais são senhores absolutos, desdenhando-se ou até mesmo negando-se a participação de aspectos mais subjetivos e muito importantes como cumplicidade, admiração e respeito. Enfim... para os mais românticos... amor.
ESCRITO POR: Marcia Atik/Psicologia

4 comentários:

Anônimo disse...

Anônimo disse...
Poxa a rebeldia de meus filhos levam eles para um abismo, já não sei mais o que fazer para mudar essa situação. Quando eu li essa matéria percebi que ainda posso lutar pelos meus filhos e fazer eles entenderem que a vida é bem mais o que eles se tornaram. Eu sou mãe de três adolescente e fui mãe ainda com 18 anos, talvez seja por isso que eles sejam assim, eu não tive forças para mudar quando necessário. Mas eu irei conseguir.

Anônimo disse...

Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Sexo e Juventude":
Poxa a rebeldia de meus filhos levam eles para um abismo, já não sei mais o que fazer para mudar essa situação. Quando eu li essa matéria percebi que ainda posso lutar pelos meus filhos e fazer eles entenderem que a vida é bem mais o que eles se tornaram. Eu sou mãe de três adolescente e fui mãe ainda com 18 anos, talvez seja por isso que eles sejam assim, eu não tive forças para mudar quando necessário. Mas eu irei conseguir.

Anônimo disse...

Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Sexo e Juventude":
Se eu quisesse mudar a minha vida de maneira brusca eu não seguiria essa orientação, meus pais tem me dado muitos conselhos e tenho seguido , deixo essa mensagem aos jovens de minha idade, para eles refletirem mais no que estão fazendo de suas vidas, tenho 17 anos e sei que ainda posso melhorar em muito com minhas atitudes. Obrigado mãe, obrigado pai pelos ensinamentos que eu tenho recebido.

Anônimo disse...

Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Sexo e Juventude":
Tudo que sei é que essa psicologa está coberta de razão sobre esses jovens de hoje, que bom se meus filhos seguisse esse conselho. Gostei da materia muito boa.