O novo tratamento não se aplica a
todos os pacientes mas, nos casos indicados, poderá substituir a quimioterapia
Ilustração esquemática de um pulmão humano (IStock/Getty Images)
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
aprovou nesta segunda-feira uma nova frente de tratamento contra o câncer de pulmão.
O Keytruda, nome comercial do pembrolizumabe, será indicado como primeira linha
de tratamento para os doentes com tumores com um marcador
específico.
Segundo
dados apresentados recentemente durante o congresso anual da American Society
of Clinical Oncology, a ASCO, 61% dos pacientes do grupo que utilizaram o
pembrolizumabe permaneceram vivos aos 18 meses de tratamento, em comparação com
43% do grupo da quimioterapia. Além disso, a nova terapia reduziu em 37% o
risco de morte por qualquer causa.
O tratamento não se aplica a todos os
pacientes, somente para aqueles com tumores classificados como de não pequenas
células – 85% dos casos. Desse total, 30% apresentam altos níveis da proteína
PD-L1. É esse grupo que poderá ser beneficiado pela nova terapia.
Por
ter um mecanismo de ação específico, o pembrolizumabe tem menos efeitos
colaterais quando comparado à quimioterapia, mais tóxica. Em um estudo
comparativo, 26,6% dos pacientes tratados com a nova terapia tiveram eventos
adversos graves, enquanto os que utilizaram quimioterapia apresentaram uma taxa
duas vezes maior.
O
câncer de pulmão – o mais comum e o mais letal – é considerado a principal
causa de morte por câncer em todo o mundo. São 30 000 novos casos todo ano no
Brasil, com 24 000 mortes.
Um
estudo publicado recentemente pela revista Science demonstrou
resultados surpreendentes com a mesma substância. Pacientes com tumores
diferentes, de pâncreas, próstata, útero ou ósseo, apresentaram resultados
satisfatórios ao serem tratados com o pembrolizumabe. É a primeira vez que um
grupo tão diverso de doentes, mas com um perfil genético semelhante, se
beneficia do mesmo tratamento.
Depois de tomar
pembrolizumabe, os tumores dos 66 pacientes acompanhados diminuíram
substancialmente e se estabilizaram, em vez de continuar a crescer. Os médicos
observaram ainda que, em 18 pacientes, os tumores desapareceram e não retornaram.
Os
resultados foram tão impressionantes que a FDA, agência americana que regula
alimentos e medicamentos, aprovou o Keytruda para pessoas que com a mesma
alteração genética.
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