Roberto Jeferson deixa seu condomínio na Barra da Tijuca, no Rio, rumo ao município de Comendador Levy Gasparian (RJ)
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) e relator do processo do
mensalão, ministro Joaquim Barbosa, negou nesta sexta-feira (21) o
pedido de prisão domiciliar feito pelo ex-deputado federal Roberto
Jefferson (PTB-RJ), delator do esquema e um dos condenados no
julgamento, e mandou prendê-lo. A Polícia Federal, no entanto, informou
que ainda não recebeu mandado de prisão.
Jefferson foi condenado a 7 anos e 14 dias por corrupção passiva e
lavagem de dinheiro, mas, por conta dos seus problemas de saúde,
pleiteava cumprir a pena em prisão domiciliar. Ele alega que precisa de
cuidados médicos especiais porque ainda está em tratamento contra um
câncer no pâncreas.
Com o seu pedido negado, o ex-deputado
deverá cumprir a pena no regime semiaberto. Pela lei, penas de 4 a 8
anos são cumpridas no semiaberto, em que o preso pode, mediante
autorização judicial, sair durante o dia para trabalhar.
O advogado que faz a defesa de Jefferson, Marcos Pedreira Pinheiro de Lemos, afirmou ao UOL
que Jefferson se entregará assim que for notificado oficialmente.
"Ainda não fui informado. Quando eu for informado oficialmente, ele vai
ser apresentar."
Jefferson não tem direito a mais nenhum recurso
no processo, e Barbosa já poderia ter mandado prendê-lo. O ministro,
porém, decidiu aguardar para verificar o seu estado de saúde antes de
decidir sobre o regime em que ele cumprirá a pena.
Sobre o
pedido de domiciliar, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já
havia se manifestado contra por entender que Jefferson pode cumprir
pena numa prisão comum.
Jefferson aguardava a decisão do STF em
seu sítio na cidade Comendador Levy Gasparian, no interior do Rio. É
provável que ele cumpra pena em alguma cadeia fluminense.
No
dia 6 de junho de 2005, o jornal ''Folha de S.Paulo'' publicou uma
entrevista com Jefferson na qual ele revelava a existência do pagamento
de propina para parlamentares. Segundo o então presidente do PTB,
congressistas aliados recebiam o que chamou de um "mensalão" de R$ 30
mil do então tesoureiro do PT, Delúbio Soares. O esquema teria sido
realizado entre 2003 e 2004, segundo relatório final da CPI dos
Correios, e durado até o início de 2005. Jefferson afirmou ainda que
falou do esquema para o presidente Lula, mas o ex-presidente sempre
negou ter conhecimento do esquema. Fonte Fernanda Calgaro e Bruna Borges-Do UOL, em Brasília
Nenhum comentário:
Postar um comentário