MÁRCIO MEIRA: "CONTRATO COM INDÍGENAS É JURIDICAMENTE NULO!"
Márcio Meira, presidente da Funai: "O contrato não tem validade nenhuma!"

O contrato entre a Organização do Povo Munduruku e a Celestial Green
foi assinado sem a presença de nenhum representante da Fundação
Nacional do Índio (Funai), responsável por defender os direitos dos
índios e, portanto, por acompanhar negociações comerciais que possam
colocá-los em risco. A Pública, agência de reportagem e jornalismo
investigativo, trouxe a história à tona no dia 9 de março deste ano.
A
Funai, no entanto, tomou conhecimento da transação no início de 2011,
quando encaminhou o contrato à apreciação da Advocacia Geral da União
(AGU). Em seu parecer, a AGU considera o contrato ilegal. Tese que vale
para todos os contratos de crédito de carbono em terra indígena no
Brasil.
O
parecer, ainda não conclusivo, deixa em aberto a possibilidade que
outros órgãos da União encontrem meios de regularizar futuras
negociações com os indígenas. O atual presidente, Márcio Meira, defende
que, com a regularização, o mercado de carbono funcione como meio de
remunerar os indígenas pela preservação das florestas, embora se
posicione contra as negociações atuais, como a que envolveu os
Munduruku.
Leia a entrevista:
Como a Funai avaliou o teor do contrato assinado entre os Munduruku e a Celestial Green?
Desde
que tivemos o primeiro contrato desse tipo, há um ano e meio, nossa
avaliação é de preocupação e alerta em relação ao assédio dessas
empresas aos indígenas. Procuramos a assessoria especializada da Funai,
que é ligada à Advocacia Geral da União, para que analisasse e, se
necessário, tomasse medidas judiciais. Tomamos medidas educativas e de
precaução. Fizemos uma cartilha distribuída às comunidades indígenas
alertando para contratos que podem ser danosos a elas.
Por que a Funai não alertou os Munduruku sobre a ilegalidade do contrato?
A
Funai não estava lá, naquele momento. Ficamos sabendo depois da reunião
que os Munduruku tiveram com a empresa. Na maioria dos contratos desse
tipo, a gente só toma conhecimento depois.
A Funai não sabia da negociação desde o início de 2011?
A
Funai sabe que há negociações em curso, alguns indígenas informam. A
gente passa a orientação para terem cuidado em relação a esse assédio,
dizemos para não assinar o contrato. Mesmo assim alguns contratos são
assinados. Mas eles não têm validade jurídica. Nós alertamos as
empresas: esses créditos que estão no mercado voluntário não têm
validade.
Para ler a entrevista na íntegra, http://apublica.org/2012/03/os-contratos-nao-tem-validade/
Fonte Blog do Piteira
REFLEXÃO DO DIA
Fonte Blog do Piteira
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Foto baixada do Blog Farol do Tapajós |
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