sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

O ano em que o mundo parou

Retrospectiva 2011: Fatos que mudaram o mundo e o Brasil
ONU
Foi o ano em que pela primeira vez uma mulher abriu uma conferência da ONU. 
Foi o primeiro ano de mandato dessa mesma mulher como presidente do Brasil, quando executou uma chamada “faxina ministerial” que derrubou seis ministros do governo (mais um foi demitido, Nelson Jobim, da Defesa, mas não por acusações de corrupção, mas por ter falado coisas que não agradaram). Antônio Palocci (PT) saiu da Casa Civil em junho; Alfredo Nascimento (PR), dos Transportes, em julho; Wagner Rossi (PMDB) da Agricultura em agosto, Pedro Novais (PMDB) deixou a pasta do Turismo em setembro, Orlando Silva (PCdoB) os Esportes em outubro e Carlos Lupi (PDT), da pasta do Trabalho em dezembro. Pelo mundo, diversas manifestações populares, originárias de discussões pela internet ganharam voz ativa e crucial a ponto de derrubar antigos líderes totalitários no Oriente Médio.
Presidente Tunisia
Em janeiro, o presidente Zine Ben Ali, da Tunísia, viu-se obrigado a partir em fuga para os Emirados Árabes depois de 23 anos no cargo. 
Presidente Egito
Em meados de fevereiro Housni Mubarak, que controlava o Egito, foi obrigado a deixar o poder depois de 30 anos, após uma série de protestos, principalmente no Cairo, e confrontos na já emblemática Praça Tahrir. 
No Iêmen e no Bahrein, pequenos Estados árabes com comandantes autoritários, a população também passou a protestar contra os regimes. O conflito mais longo e dramático tirou de cena Muammar Gaddafi, da Líbia. Após meses de conflito entre o exército de do ditador e forças rebeldes, Gaddafi havia desaparecido em agosto de 2011, quando as forças rebeldes finalmente dominaram a capital Trípoli. Ainda que fizesse declarações que tomaria de volta o poder, reagindo ao Conselho Nacional de Transição (CNT), estabelecido anteriormente no país, o ex-ditador já era um nome procurado pelo Tribunal Penal Internacional de Haia, da ONU, pro crimes contra a humanidade, por conta de sua repressão aos rebeldes. A cidade de Sirte, local de origem de Gaddafi e último reduto das forças do ex-ditador, foi tomada pelas forças do novo governo em 20 de outubro de 2011. No mesmo dia, informações davam conta que Gaddafi havia sido capturado, ferido nas duas pernas. Poucos momentos depois, informações do ministro da Informação do novo governo líbio, Mahmoud Shammam, relatavam a morte de Gaddafi.Foi o ano em que tropas americanas, em uma operação secreta em território paquistanês, localizaram e mataram o terrorista Osama bin Laden. Em 2 de maio o exército invadiu uma propriedade em Abbottabad. 
Presidente USA
O presidente Barack Obama foi à TV informar que suas forças haviam matado o terrorista, e seu corpo sepultado no mar. Em 6 de maio de 2011 a Al Qaeda confirmou a morte do líder, e advertiu que “a felicidade dos americanos se transformará em tristeza”. 
Terrorista
Também afirmava que possuem uma mensagem de áudio de Bin Laden, gravada uma semana antes de sua morte, acerca das recentes revoltas no mundo árabe. 
Fenômeno
Em fevereiro de 2011 Ronaldo “Fenômeno” Nazário pendurou em definitivo as chuteiras, mas de jeito algum deixou de aparecer em praticamente todo tipo de mídia. Mesmo que tenha saído do centro de treinamento do Corinthians “como um garotinho que vai se despedir de seus coleguinhas de escola”, como havia declarado sua mulher à jornalista Mônica Bérgamo em fevereiro, dentro de pouco tempo ele já havia criado com sua empresa de agenciamento, com uma bela equipe de “agenciados”, que inclui jogadores como a estrela Neymar, do Santos e o talentoso Lucas, do São Paulo F. C.; como se não bastasse, outro de seus clientes é o invicto Anderson Silva, uma dos mais famosos lutadores do MMA, o estilo de luta que, em 2011,tornou-se sucesso de público também entre os brasileiros. No final de novembro, a convite da CBF, Ronaldo também tornou-se coordenador do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014, tornando-se também, a linha de frente da CBF frente a cobranças e questionamentos da imprensa. 
Presidente CBF
Um personagem bastante conveniente também para o presidente da entidade, Ricardo Teixeira, que nunca teve bom relacionamento com a imprensa, e sofre denúncias de corrupção vindas de diversos ângulos. O mundo se despediu de Steve Jobs em 2011, o misterioso e temperamental inventor que deu ao mundo sonhos de consumo que, ao mesmo tempo, deram sobrevida à indústria fonográfica. Defini-lo assim seria pouquíssimo: em 1997, quando voltou à Apple, a empresa estava próxima à falência.
Criador da Apple
Em 2011 era a maior companhia de capital aberto do mundo. Jobs havia saído em licença médica em 2004, por conta do tratamento contra um tumor maligno no pâncreas. Retirou-se novamente em 2009 e em janeiro de 2011. Em agosto, resolveu sair de cena definitivamente, deixando o vice-presidente operacional, Tim Cook, em seu lugar. Ele já havia substituído Jobs nas vezes anteriores. Em sua carta de despedida, no entanto, deixou um pedido: Eu gostaria de servir, se o conselho assim achar compatível, como presidente do conselho, diretor e empregado da Apple. Jobs morreu em 5 de outubro de 2011, aos 56 anos. A influência de suas criações pode ser constatada no mundo todo, basta qualquer pessoa sair de casa e olhar ao seu redor nas ruas. O ano em que o mundo se despediu de um dos criadores da Apple também foi o ano em que demos adeus à atriz Elizabeth Taylor (23 de março), à problemática mas encantadora Amy Winehouse (23 de julho), ao ex-vice presidente José Alencar (29 de março) e também ao escritor, médico e membro da Academia Brasileira de Letras Moacyr Scliar (27 de fevereiro). Despedimo-nos também de grandes nomes do teatro brasileiro, como o diretor José Renato (que na verdade se chamava Renato José Pécora), e dos atores Ítalo Rossi e Sérgio Britto. Em dezembro morreu o ex-jogador Sócrates, articulista, comentarista e um dos mais importantes nomes da Democracia Corintiana, reflexo da luta pela redemocratização do país nos anos de 1980. Mundo estremecido Um terremoto de 8,9 graus na escala Richter atingiu o litoral do Japão em 11 de março de 2011, sexta-feira, às14h46 do horário local (2h46 em Brasília). O tremor, com epicentro no Oceano Pacífico, a 160 km da costa, provocou um tsunami que chegou a cidades no norte do país. Até as 10h da manhã de sexta-feira, no Brasil, haviam sido registrados 40 mortos, mas o número aumentava rapidamente. 
Terremoto
Foi o maior terremoto registrado no Japão, e o 7º maior da história mundial ao longo daquele final de semana, dos dias 12 e 13 de março, as evidências reais do desastre surgiram. Autoridades japonesas estimavam que o número de mortos estivesse por volta dos 1,6 mil. Os desaparecidos, 10 mil. Outros temores menores, de 6 graus, ainda eram sentidos em Tóquio, por exemplo. A cada ponto da escala Richter, considera-se o tremor dez vezes mais forte do que o ponto anterior. Uma outra preocupação, que permaneceu monitorada por todo o mundo foi o vazamento de vapor radioativo de uma usina nuclear em Fukushima. Na segunda-feira (14) duas explosões sucederam a primeira, que havia ocorrido no sábado (12). O governo japonês declarou que um vazamento de fato perigoso era uma possibilidade “rara”. Entretanto, 170 mil pessoas foram evacuadas de áreas próximas pelas cidades e levando tudo que encontrava possibilitou cenas chocantes, e composições tão à usina. 
As imagens da água avançando inusitadas quanto assustadoras, como barcos “encalhados” em telhados das casas. O terremoto foi tão poderoso que o deslocamento de massa que causou encurtou a duração do dia terrestre por uma fração de segundo, e mudou a distribuição de massa do planeta. 
Outro tipo de mudança no globo, ainda que somente nos mapas políticos, ocorreu com a independência do Sudão do Sul, que tornou-se o mais novo país africano. 
Divis
Em 8 de julho de 2011 o Sudão do Sul oficializou sua independência do resto do Sudão. A capital do novo país, Juba, tomada pela população, festejava o anúncio na meia-noite e um minuto do sábado. As rádios tocavam incessantemente o hino nacional, criado por estudantes locais, na véspera do anúncio oficial. A separação entre as duas regiões era esperada desde 2005, quando um acordo estabelecia a cisão. Na verdade, o tratado amenizou os efeitos de uma guerra que acontecia já há 12 anos, com 1,5 milhão de mortos. Em janeiro de 2011, 99% dos eleitores do Sudão do Sul votaram a favor da separação. Mas estabelecer datas e número de guerras oficiais, naquele país, é uma tafefa ingrata, quase impossível. O Sudão sempre foi um país marcado pela violência. Na verdade, na virada do século, ambos os lado norte, do presidente Bashir, e os rebeldes do sul, liderados por Garang, entenderam que nenhum dos lados poderia vencer a guerra. Em julho de 2002 Garang encontrou Bashir pela primeira vez, em Uganda. Por isso o acordo feito em 2005 estabeleceu uma chance importante para a paz. A constituição transitória que estabelecia a independência do Sudão do Sul foi implementada por John Garang. Na verdade o que ficou estabelecido era um plebiscito, a ser realizado no começo de 2011, que confirmaria com voto popular a separação das duas regiões. Passada a primeira quinzena de dezembro de 2011, sabia-se que os Estados Unidos haviam retirado o último pelotão de soldados de solo iraquiano, encerrando formalmente a ação norte-americana naquele país em 18 de dezembro, depois de oito anos de conflito, e mais de um trilhão de dólares para o governo, entre as gestões Bush e Barack Obama. 
Presidente Korea do Norte
Naquele momento também morria Kim Jong-il, líder da Coreia do Norte que havia sentenciado, por 17 anos, um prosseguimento do estado stalinista estabelecido por seu pai, Kim Il-sung. Kim Jong-il morreu dia 17 de dezembro, e seu sucessor deverá ser seu filho mais novo. Tanto o fim da guerra, como a saída de um líder preso a um modelo. O político fracassado, trazem a diferentes partes do mundo razões para esperar um futuro melhor que este presente.

Assim caminha a humanidade. 

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