Na última semana, o presidente ameaçou inclusive
trocar o comando da PF, hoje a cargo de Maurício Valeixo. Valeixo foi escolhido
por Sérgio Moro, os dois trabalharam juntos na Operação Lava Jato.
A
recente interferência do presidente da República, Jair Bolsonaro, no comando da
Polícia Federal, vinculada ao Ministério da Justiça, e o silêncio do ministro
Sérgio Moro diante da atitude têm sido interpretados como sinal de que o
ex-juiz da Lava Jato já não tem mais carta branca para atuar dentro do governo.
As informações são de reportagem da Folha de S. Paulo, publicada neste sábado
(24).
A
reportagem relata que os últimos oito dias foram de crise entre Bolsonaro, Moro e a PF, após o
presidente atropelar a instituição e anunciar a troca do superintendente no Rio
de Janeiro.
Historicamente,
quem escolhe os superintendes é o diretor-geral da Polícia Federal, sem
ingerência de ministros ou do próprio presidente. Por isso, o anúncio feito por
Bolsonaro é considerado atípico. Quando comentou o assunto na última
quinta-feira (22), o presidente ameaçou inclusive trocar o comando da PF, hoje
a cargo de Maurício Valeixo. Valeixo foi escolhido por Sérgio Moro, os dois
trabalharam juntos na Operação Lava Jato.
“Se
eu trocar hoje, qual o problema? Está na lei que eu que indico, e não o Sergio
Moro. E ponto final”, declarou Bolsonaro.
A
reportagem da Folha traz ainda outras situações que demonstram a perda de poder
e possível isolamento de Moro dentro do governo, como a ordem, dada pelo
presidente, para revogar a nomeação de uma suplente para um cargo de conselho
vinculado ao ministério; e até a demissão de um dos seus maiores aliados de
Moro, o presidente do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
O
jornal O Globo também traz reportagem neste sábado comentando a situação de
Sério Moro no governo. A reportagem afirma que o pedido feito pelo ministro da
Justiça ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, para que a
decisão que proibiu compartilhamento de informações entre Coaf e outros órgãos
fosse revista, abalou a relação entre Moro e Bolsonaro. A determinação de Toffoli
sobre o Coaf atendeu pedido da defesa do filho do presidente, senador Flávio
Bolsonaro (PSL-RJ).
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