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Presidente da Câmara se reuniu nesta quinta com o presidente da República, em Brasília. Na próxima semana, Ministério Público pode oferecer denúncia contra Temer com base nas delações da JBS.
O presidente da
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quinta-feira (15) que poderão ser
suspensas as férias dos deputados, a partir de 18 de julho, se chegar à Câmara
denúncia da Procuradoria Geral da República contra o presidente Michel Temer.
O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve acusar Temer formalmente por envolvimento em crimes como
corrupção passiva e obstrução à Justiça. A denúncia deve se basear em delações
e provas entregues por delatores da JBS. Na acusação, deve ser incluído o
episódio da entrega de uma mala com R$ 500 mil em espécie
para um ex-assessor de Temer.
A denúncia tem
que ser aceita pela Câmara para que o Supremo Tribunal Federal fique autorizado
a investigar Michel Temer. Para ser aceita, a denúncia precisaria ter a
aprovação de 342 dos 513 deputados. Confiante de que tem pelo menos os 172
votos necessários para barrar a abertura da investigação, o governo está com
pressa e quer colocar a denúncia em votação antes mesmo do início do recesso parlamentar,
em 18 de julho.
Segundo Rodrigo
Maia, se a denúncia chegar, o tema será tratado com total prioridade. Ele
afirma que os prazos regimentais serão respeitados e defende que, se
necessário, não haja recesso.
"Para a
gente é: não acelerar, porque um processo desse não tem que ser corrido, uma
denúncia, um julgamento de uma denúncia, a possibilidade da autorização, mas
deixar bem claro que não podemos atrasar um minuto porque o atraso desse
julgamento vai deixar o Brasil nessa dúvida, atores econômicos, todos na
dúvida, e vai tirar da gente tempo para que a gente siga na nossa agenda, que é
nossa prioridade", disse o presidente da Câmara.
Deputados da
oposição dizem que não vão aceitar pressa. Afirmam que as denúncias contra
Temer são gravíssimas e que precisam ser analisadas com cuidado. Dizem também
que não aceitarão manobras, como a escolha de um relator alinhado ao governo.
"Nós
vamos apurar com todo cuidado a denúncia, pois sabemos a contundência do mesmo
e a possibilidade de surgirem fatos novos, eles estão, na verdade, é com medo
do surgimento desses fatos novos", afirmou o deputado Júlio Delgado
(PSB-MG).
Quando
chegar à Câmara, o pedido de investigação terá que ser, primeiro, analisado
pela Comissão de Constituição e Justiça.
Apesar
de ser do PMDB, mesmo partido de Temer, e de ter chegado à presidência da CCJ
com a ajuda do partido, o deputado Rodrigo Pacheco (MG), disse que agirá com
total autonomia.
Ele
afirmou que não vai aceitar a interferência do governo nos trabalhos da
comissão, inclusive na escolha do relator da denúncia.
"O
que eu posso garantir, como presidente da CCJ da Câmara, é que o assunto será
tratado com absoluta independência, com apelo jurídico e técnico que o caso
merece. E não vamos admitir qualquer tipo de interferência, seja uma
interferência politica do governo, seja uma interferência da Procuradoria Geral
da República, que é o órgão que acusa", disse Rodrigo Pacheco.
"Quanto
ao relator, esse relator deve ser escolhido após a denúncia ser oferecida. Não
é possível antecipar esse juízo neste momento. Mas um deputado com perfil
técnico, um deputado que tenha conhecimentos jurídicos e independência é o
perfil melhor para se enfrentar uma situação tão complicada e difícil quanto
essa", completou.
Encontro com Temer
No
final da manhã, Temer se encontrou com Rodrigo Maia na
residência oficial do Palácio do Jaburu. Eles trataram da viagem oficial que o
presidente fará a partir de segunda para a Rússia e a Noruega.
Nos
dias em que Temer estiver fora do Brasil, a Presidência da República ficará sob
o comando do presidente da Câmara.
Michel
Temer e Rodrigo Maia conversaram sobre temas de interesse do governo no
Legislativo.
O
prosseguimento da votação da reforma trabalhista no Senado foi um deles, mas a
grande preocupação do governo no momento é com a provável denúncia que a
Procuradoria Geral da República deve apresentar contra Temer, já na próxima
semana, por causa da delação da JBS. Texto reproduzido de: Por G1 e Jornal Nacional, Brasília
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