“Brasil participou de iniciativa da Austrália para oferecer à Indonésia uma cooperação internacional, mais efetiva no combate ao tráfico de drogas do que a execução”, afirmou o embaixador Danese. Foto: Renan Carvalhais/PR
O governo brasileiro vai intensificar
seu empenho, perante os organismos internacionais, pela abolição da pena de
morte no mundo. A informação foi dada pelo secretário-geral do Ministério das
Relações Exteriores, Sérgio França Danese, após ler a nota do governo brasileiro sobre a execução de
Rodrigo Muxfeldt Gularte, ocorrida nesta terça-feira (28), na Indonésia.
Em entrevista coletiva à
imprensa, Danese destacou que é a execução de um segundo brasileiro representa um
“fato grave” para as relações entre os dois países. Ele lembrou
ainda os esforços empenhados pelo governo brasileiro pela comutação da pena de
Gularte, que chegou a encaminhar sete correspondências ao governo de Jacarta
com esse objetivo. A própria presidentaDilma realizou um apelo humanitário em
telefonema dado ao presidente indonésio, Joko Widodo, relatou.
O embaixador ainda enfatizou que
Brasil atuou em parceria com outros países que tinham cidadãos na mesma
situação, além de fazer apelos ao Vaticano e à Secretaria-Geral das Nações
Unidas pela reversão da pena.
“O Brasil atuou em ações conjuntas
com outros países que tinham nacionais na mesma situação e participou de uma
iniciativa, originada pela Austrália, para oferecer ao governo da Indonésia uma
cooperação internacional, que acreditamos que seria muito mais efetiva no
combate ao consumo e ao tráfico de drogas do que a execução pura e simples dos
condenados”, ponderou o embaixador.
Segundo o Itamaraty, o corpo de réu
será enterrado no Brasil por decisão da família. Em nota divulgada à imprensa,
o governo brasileiro lamentou profundamente o episódio e transmitiu
solidariedade à família de Gularte.
Histórico
Rodrigo Gularte foi
condenado à pena de morte pelo crime de tráfico de drogas por ter sido flagrado
ao entrar na Indonésia com seis quilos de cocaína dentro de uma prancha
de surf, em 2004. Desde então, o Itamaraty fazia um acompanhamento
próximo do condenado, buscando a reversão da pena, alegando, sobretudo,
aspectos humanitários e o quadro psiquiátrico do brasileiro que, segundo exames
realizadas na própria Indonésia, sofria de esquizofrenia. http://www.blogdilmabr.com/
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