A
Polícia Federal (PF) concluiu as investigações sobre o esquema de corrupção no
governo do PSDB em São Paulo, conhecido como trensalão tucano, denunciado pelas
empresas suíças Siemens e Alstom. A PF indiciou 33 envolvidos em corrupção
ativa e passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, formação de cartel e
crime licitatório. Entre eles, João Roberto Zaniboni, ex-diretor da Companhia
Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), no período de 1999 e 2003. Segundo o
inquérito da PF, de 1999 a 2002 passaram pela conta de João Roberto Zaniboni,
na Suíça, 836 mil dólares. O consultor Arthur Teixeira, apontado como lobista e
pagador de propinas, também foi indiciado. Foram bloqueados cerca de R$ 60
milhões dos envolvidos.
Além
do indiciamento feito pela Policia Federal, o Ministério Público Estadual de
São Paulo (MPE-SP) quer a devolução aos cofres públicos do montante de R$ 418,5
milhões provenientes de superfaturamento de contratos realizados nos períodos
de 2000 e 2002.
O MPE-SP pediu ainda a extinção das empresas brasileiras
subsidiárias das multinacionais Alstom e Siemens e de oito empresas, a
CAF do Brasil, TTrans, Bombardier, MGE, Mitsui, Termoisa, Tejofre e TEM
acusadas de envolvimento no esquema de corrupção nos trens e metrô e São Paulo,
durante governos do PSDB.
Para
os promotores, já existem provas suficientes que comprovam a participação
dessas empresas no esquema conhecido como trensalão tucano. Segundo eles, o
superfaturamento dos contratos firmados entre essas companhias e o metrô e a
CPTM era de aproximadamente 30%.
O caso – As denúncias de
corrupção na CPTM e no metrô paulista estouraram em 2013, a partir do acordo de
leniência proposto pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e
aceito pela empresa Siemens, acusada de formação de cartel. A empresa suíça
revelou pagamentos de propina a altos funcionários e autoridades públicas de
São Paulo.
Os
pagamentos teriam começado em 1998, e atravessaram os governos tucanos de Mário
Covas, José Serra e Geraldo Alckmin. O desdobramento das investigações revelou
também a participação de outras empresas, como a Alstom.
Na
avaliação do deputado Renato Simões (PT-SP),
indicado pela bancada do PT para assumir a presidência ou a relatoria do CPMI
do Metrô do SP, a ação da Polícia Federal nesse caso, “supriu lacuna deixada
pelo Ministério Público Federal que atrasou, em muito, a investigação sobre o
trensalão”. O petista se referiu ao procurador Rodrigo de Grandis que engavetou
desde 2010 pedidos de cooperação formulados por autoridades suíças interessadas
nas denúncias envolvendo as empresas Siemens-Alstom.
Renato
Simões lembrou que foi protocolada em maio deste ano, por inciativa da bancada
do PT, o pedido de instalação da CPMI do Metrô de São Paulo. Segundo o petista,
a comissão foi instalada, mas continua sem funcionamento por falta de interesse
de parlamentares da Câmara e do Senado.
Para
o petista, tanto o indiciamento dos envolvidos, quanto o pedido do Ministério
Público para ressarcimento de valores extorquidos no trensalão tucano, reforçam
a necessidade de uma nova postura do Congresso Nacional. “Penso que, a partir
de mais esse fato, o Congresso Nacional tem obrigação moral de instituir a CPMI
na próxima legislatura. Esse indiciamento é só o começo do processo de
apuração. Além das investigações feitas pelo Cade, PF, MPF, os nós dessa trama
precisam ser amarrados por uma CPI”, defendeu o petista.
Benildes
Rodrigues com Agências
Um comentário:
OS TUCANALHAS SENDO O ALVO DA POLICIA FEDERAL, E AGORA TUCANOS DO BICO TORTO?
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