No fim da quarta linha estaria escrito "Jesus disse-lhes: a minha mulher"
Reprodução/huffingtonpost.com
A Universidade de Harvard anunciou nesta quinta-feira (10) que o pedaço
de papiro encontrado em 2012 no qual há uma menção de uma possível
mulher de Jesus é real.
Na época em que foi divulgado, o jornal do Vaticano afirmou que o
documento era falso, por causa da gramática e origem incerta.
O documento, chamado de "Evangelho da Esposa de Jesus" foi escrito em
copta, uma variação do alfabeto grego, é composto de oito linhas escuras
na frente e seis linhas pouco legíveis na parte de trás.
A escrita, a gramática e o papel foram testados inúmeras vezes para garantir a autenticidade do documento.
De acordo com os especialistas, o fragmento foi escrito por volta do século IV.
Segundo Karen L. King, professora de Harvard, o documento não foi feito
para provar que Jesus foi casado. Ela argumenta que ele destaca que
alguns dos primeiros cristãos acreditavam que ele era casado.
Para ela, é importante que se faça essa distinção, já que muito se
discute sobre o casamento e a sexualidade dentro das igrejas. Cita
também a Igreja Católica, que usa o celibato de Cristo como uma razão
para que seus sacerdotes abstenham-se de uma vida sexual ou afetiva.
— O tema principal do fragmento é afirmar que mulheres, mães e esposas,
eram próximas de Jesus. O tema já foi muito discutido no início do
cristianismo. A virgindade e o celibato tornaram-se cada vez mais
valorizadas. Este documento fornece uma razão para reconsiderar o que
pensávamos sobre o estado civil de Jesus, o que contraria os ideais
cristãos sobre casamento, celibato e família.
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As linhas legíveis do documento parecem formar uma conversa entre Jesus
e os discípulos. Na quarta linha do texto, lê-se "Jesus disse-lhes: a
minha mulher". Na quinta linha, está escrito "ela será capaz de ser um
discípulo". Na sétima linha, a frase é "quanto a mim, moro com ela, a
fim de...". A palavra "esposa" também é encontrada no papiro.
King anunciou a existência do fragmento em setembro de 2012, no
Congresso Internacional de Copta em Roma. Na época, estudiosos disseram
que a escrita, a gramática, o material do papiro, a cor e qualidade da
tinta o tornavam suspeito. O fato de que o dono do fragmento era anônimo
também levantou dúvidas.
A Universidade de Harvard decidiu não publicar nada sobre o documento até realizar mais testes e análises. A Universidade de Columbia e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts estão envolvidos na pesquisa.
A Universidade de Harvard decidiu não publicar nada sobre o documento até realizar mais testes e análises. A Universidade de Columbia e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts estão envolvidos na pesquisa.
O documento será publicado em uma revista acadêmica e já foi divulgado
na internet. Os especialistas dizem que provavelmente as críticas
continuem. Nos dois meios de divulgação, são levantadas outras dúvidas
que contribuem para a incerteza do conteúdo. O professor de Egiptologia
da Universidade, Brown Leo Depuydt, afirmou que trata-se de uma farsa
por possuir erros gramaticais. Ele disse que um escritor copta nativo
jamais escreveria com erros. Do r7
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