Enquanto policiais hasteiam bandeiras, moradores comemoram o início da pacificação na Vila Kennedy
Pablo Jacob / Agência O Globo
RIO — Em apenas 20 minutos, policiais do comando de operações especiais da PM ocuparam as comunidades da Vila Kennedy e Metral, onde será instalada a 38ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), em Bangu, na Zona Oeste da cidade. A ação das polícias Militar e Civil começou por volta das 5h desta quinta-feira. Até as 13h, nove pessoas haviam sido presas, sendo três delas com mandados de prisão: uma mulher por tráfico, um homem por receptação e outro por ameaça e injúria. Além disso, seis pessoas foram presas em flagrante. Na Favela do Metral, policiais apreenderam duas motocicletas e dois carros roubados. Cerca de dez carros do Batalhão de Operações Especiais (Bope) estiveram na comunidade.
RIO — Em apenas 20 minutos, policiais do comando de operações especiais da PM ocuparam as comunidades da Vila Kennedy e Metral, onde será instalada a 38ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), em Bangu, na Zona Oeste da cidade. A ação das polícias Militar e Civil começou por volta das 5h desta quinta-feira. Até as 13h, nove pessoas haviam sido presas, sendo três delas com mandados de prisão: uma mulher por tráfico, um homem por receptação e outro por ameaça e injúria. Além disso, seis pessoas foram presas em flagrante. Na Favela do Metral, policiais apreenderam duas motocicletas e dois carros roubados. Cerca de dez carros do Batalhão de Operações Especiais (Bope) estiveram na comunidade.
Mais cedo, na chegada da polícia à região, as pistas
da Avenida Brasil chegaram a ficar fechadas por cerca de 20 minutos,
como medida de segurança. Não houve registro de confrontos.
O traficante Robson Luís Borges, conhecido como Robinho da Vila Kennedy, foi preso por policiais da UPP do Complexo do Lins. Ele tinha oito mandados de prisão pendente por roubo e é acusado de assassinar um policial civil no bairro do Grajaú, em julho de 2012. O secretário José Mariano Beltrame disse que a prisão foi importante.
O traficante Robson Luís Borges, conhecido como Robinho da Vila Kennedy, foi preso por policiais da UPP do Complexo do Lins. Ele tinha oito mandados de prisão pendente por roubo e é acusado de assassinar um policial civil no bairro do Grajaú, em julho de 2012. O secretário José Mariano Beltrame disse que a prisão foi importante.
- Ele era uma pessoa conhecida no mundo do crime.
Morador
da Vila Kennedy há 48 anos, o aposentado Gelson Machado, de 75 anos,
disse que vê com alívio a chegada da polícia à comunidade. Ele contou
que os tiroteios na região eram diários e, algumas vezes, duravam até
mais de 40 minutos.
O local onde foi implantada a base de
operações do Bope, conhecido como Campo Leão 13, servia de rota de fuga
de bandidos, que circulavam na região fortemente armados. Nas ruas que
dão acesso ao campo, havia vestígios de barricadas montadas por
traficantes. No entorno, as paredes de quase todas casas tinham
pichações.
Cerca de 260 policiais do Bope e do Batalhão de Choque
participaram da operação. Eles contaram com o apoio do Grupamento Aéreo
Marítimo (GAM), do Batalhão de Ação com Cães (BAC), do Batalhão de
Policiamento de Vias Especiais (BPVE) e do 14º BPM (Bangu).
Policiais
do Bope montaram uma base operacional próximo a um campo de futebol na
Vila Kennedy. A base de comando e controle do Bope recebeu imagens em
tempo real feitas pelo helicóptero blindado da PM.
Simultaneamente
à ocupação da Vila Kennedy, policiais do Bope fizeram uma rápida
operação na favela Vila Aliança, em Senador Camará, na Zona Oeste. As
equipes foram ao local após receberem informações de policiais que
estavam no helicóptero da PM. Segundo os agentes, havia uma movimentação
de traficantes da região.
Ao chegar à comunidade, os policiais
localizaram um grupo de criminosos e foram recebidos a tiros. Após o
primeiro confronto, três traficantes fugiram, entraram em uma casa e
chegaram a fazer um morador de refém. Policiais do Bope cercaram o local
e conseguiram prender os três homens. Um carro, uma pistola, um fuzil
AR-15 e munição foram apreendidos.
Retirada de barricadas na Vila Kennedy
Retroescavadeiras
do Bope retiraram barricadas construídas por traficantes na favela para
evitar o acesso da polícia. Helicópteros da PM sobrevoavam as
comunidades da Vila Kennedy e Metral, enquanto policiais faziam uma
varredura pelas ruas da favela. Policiais do Batalhão de Ação com Cães
(BAC) também fizeram uma varredura em becos e vielas com cães
farejadores em busca de drogas e armas.
Uma base móvel do
Instituto Félix Pacheco (IFP), com tecnologia de leitura de digital
biométrica para identificação de suspeitos, foi montada no pátio do
BPVE, na Rua Tunis s/nº. Equipes de policiais civis do Esquadrão
Antibomba e de peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli
(ICCE) ficaram na 34ª DP (Bangu), unidade responsável por registrar as
ocorrências durante a ocupação. Por causa da ação, 17 escolas das redes
estadual e municipal da região estão fechadas nesta quinta-feira.
Tráfico atuava livremente
Antes
do início da operação, o tráfico atuava livremente na quarta-feira. Em
mais uma reação do tráfico ao processo de pacificação, bandidos da Vila
Kennedy montaram barreiras nas ruas — inclusive incendiando lixo e
pedaços de madeira, entre outros materiais — para impedir o acesso de
veículos da PM à comunidade.
De manhã e no início de tarde, jovens
podiam ser vistos fumando maconha, sobretudo num trecho ao lado de um
campo de futebol, junto a uma escola, na Avenida Central. A toda hora,
rapazes em motos passavam intimidando moradores e jornalistas.
Havia
pelo menos oito barricadas, feitas, entre outros itens, de blocos de
concreto, pneus e até um sofá. As barreiras estavam na entrada da Vila
Kennedy e em acessos a bocas de fumo. Os "gerentes' do tráfico já teriam
deixado a comunidade. Segundo um comerciante, que também pediu para não
ser identificado, desde o fim de semana bandidos estão impondo toque de
recolher.
De acordo com um levantamento da Gerência de Estudos
Habitacionais do Instituto Pereira Passos (IPP), com base no Censo de
2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a Vila
Kennedy e Favela da Metral somam uma população de 33.751 pessoas e
10.294 domicílios. No bairro de Bangu, a população é estimada
oficialmente em 428 mil habitantes.
Criminosos organizaram fuga
Na
tarde de terça-feira, criminosos se reuniram em seu quartel-general, na
Rua Congo, para organizar a fuga do lugar. Eles usaram motos para
deixar a Vila Kennedy e, para facilitar a escapada, atiraram contra
transformadores, deixando a região às escuras.
Durante a madrugada
de quarta, traficantes em motocicletas circularam armados pelas ruas da
comunidade e deram tiros para o alto. Eles intimidaram comerciantes e
moradores, fazendo ameaças àqueles que apoiarem a pacificação. Pela
manhã, operários trabalhavam para consertar os transformadores e
restabelecer o fornecimento de energia elétrica. Uma das equipes recebeu
ameaças, supostamente de traficantes.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/policia-ocupa-vila-kennedy-para-instalacao-da-38-upp-11865863#ixzz2vsARdRud
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