As presenças de Eduardo Braga, pré-candidato ao Governo do Estado e de Alfredo Nascimento,demonstram que esse grupo terá Amazonino Mendes como apoiador |
Homenageado com a mais alta condecoração da Câmara dos Deputados,
Amazonino afirma que participará de forma ativa no processo político de
2014
A
solenidade de entrega da medalha “Mérito Legislativo” concedida nesta
quarta-feira (4) pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados ao
ex-governador e ex-prefeito de Manaus Amazonino Mendes, e a mais 50
personalidades brasileiras de todos os segmentos, serviu para aumentar a
curiosidade e dar o tom do processo eleitoral de 2014. Estiveram
presentes na homenagem, os senadores Eduardo Braga (PMDB-AM) e Alfredo
Nascimento (PR-AM), além do decano da bancada federal e autor da
indicação da medalha, Átila Lins (PSD-AM), e a deputada Rebecca Garcia
(PP-AM). O governador Omar Aziz (PSD) e o prefeito de Manaus, Artur Neto
(PSDB) foram convidados para a sessão solene, mas não compareceram.
As
presenças de Eduardo Braga, pré-candidato ao Governo do Estado no ano
que vem, e de Alfredo Nascimento, candidato à reeleição ao Senado, caso o
governador Omar Aziz desista de concorrer à vaga e permaneça no Governo
até o fim do mandato, demonstram que esse grupo terá Amazonino Mendes
como apoiador da chapa, elevando o peso político especialmente no
interior do Estado onde o ex-governador ainda tem aliados e é bem
recebido pela população.
Questionados
sobre essa proximidade, apoios e reunião do grupo político, eles
desconversam, mas Amazonino diz que é obrigação dele, como o mais
experiente e iniciador de todos, conversar e buscar a união. Se não for
possível ele apoiará o candidato que tiver mais condições de governar o
Estado (ver entrevista abaixo). Não cita nomes nem indica quem é esse
candidato.
“Ah,
não vamos misturar as coisas (com eleições). Essa homenagem é um
reconhecimento pela história, pela luta, pela vida pública do político
Amazonino e do ser humano Amazonino Mendes que tem serviços prestados ao
povo do Amazonas”, declarou Braga na saída do plenário da Câmara.
Na
opinião do senador Alfredo Nascimento, Amazonino é um dos maiores
políticos que o Amazonas tem. “Ele orientou a todos nós. Todos os que
fazem política, em algum momento, conviveu com o Amazonino, o professor e
iniciador da grande maioria dos políticos do Estado do Amazonas”. Para o
senador, as realizações como governante jamais serão esquecidas pelo
povo amazonense.
Corregedor
da Câmara, Átila Lins disse que quando apareceu a oportunidade de
indicar um nome para receber a medalha “Mérito Legislativo” Amazonino
Mendes surgiu “como uma obrigação” de homenageá-lo por ele ser uma
figura política que fez muitas transformações no Amazonas. “Essa matriz
política do Amazonas foi iniciada por Gilberto Mestrinho e depois
comandada por Amazonino Mendes. Portanto, uma homenagem mais que
merecida”, justificou o decano.
Entrevista
Já
no Salão Verde, após receber a maior condecoração da Câmara dos
Deputados, o ex-prefeito de Manaus falou sobre o significado da
homenagem, avaliou os 30 anos de vida pública, devidos especialmente a
Gilberto Mestrinho chamado de “matriz de todos”. Também indicou pistas
sobre como vai atuar nas eleições de 2014. Deu a entender que não sairá
candidato a nenhum cargo, mas disse ser obrigação dele participar do
processo. A seguir os principais trechos da entrevista:
Como o senhor recebe essa homenagem da Câmara dos Deputados?
Encaro
como um gesto de parceria, de companheirismo da classe política do meu
Estado com quem convivi por tantos anos. De certa forma há autenticidade
no que eu falo porque a consignação do meu nome foi do decano dos
deputados da nossa terra, o Átila Lins. A homenagem não é a mim que se
profere. A meu ver é às operosas ações políticas do meu Estado.
Em
2013 faz 30 anos que o senhor começou na vida pública. Que avaliação o
senhor faz dessas três décadas de atuação no Estado do Amazonas?
É
impossível pensar na minha vida pública sem eu ficar de joelhos diante
da figura do Gilberto Mestrinho. Essa é a primeira coisa, pois, ele é a
matriz de todos nós; foi quem nos encaminhou, orientou, formou e nos
permitiu contribuir para a construção do nosso Estado. Foi Mestrinho
quem nos permitiu também, na lide diária do processo político,
participar de geração e criação de novos líderes. Quanto ao resto, são
decorrências naturais do exercício. São obras e ações que ficam
registradas na vida.
Quais obras o senhor destaca de suas administrações como governador e prefeito de Manaus?
Há
um lugar comum que me persegue no que tange a essas atividades que é a
UEA (Universidade Estadual do Amazonas). Eu, em particular, respeito
isso porque quando a criamos, o Amazonas não tinha nenhuma condição de
ter uma universidade, muito menos uma universidade avançada para os
municípios do interior do Estado e foi assim que a UEA nasceu.
Após a saída da Prefeitura de Manaus, o senhor pretende continuar na política? Como será sua participação nas eleições de 2014?
Há
20 anos, o velho político José Sarney (senador pelo PMDB do Amapá) me
disse que a política só tinha uma porta, a de entrada, e não tinha porta
de saída. Com o passar do tempo, venho verificando que isso procede
mesmo. Você pode não ser mais candidato, mas você continua sendo
político. Isso é uma inerência que acompanha a pessoa independentemente
de sua vontade. Dentro desse ponto de vista, eu estou enquadradíssimo no
processo político. Isso não quer dizer que eu serei candidato.
Embora não goste de usar o termo “grupo político”, o senhor tem conversado com os líderes que ajudou a criar?
Tenho
maior respeito por todos eles. Acho que é meu dever e obrigação
conversar, trocar ideias. Isso é uma atitude nobre e legítima. Jamais
confundi isso com grupismo ou coisa que o valha. Se uma pessoa da minha
idade, com a experiência que acumulei, ao se envolver com essas
políticas, ela o faz com vista no futuro e no bem-estar. A mim importa
exclusivamente o bem-estar do Amazonas.
Diante do aparente “racha” no grupo político, o senhor vai buscar a união de todos para caminharem juntos nas próximas eleições?
Isso
é um detalhe, um pormenor. Se a união for importante e a gente perceber
que é o melhor caminho, será minha obrigação estar na primeira fila
brigando por essa união. Se não for o caso, estarei ao lado do candidato
que expressar as melhores condições para governar o Estado.
Que conselho o senhor dá ao futuro governador do Amazonas?
Ninguém
se iluda que o nosso Estado seja forte. É um Estado frágil porque não
tem uma economia autossustentável. Até hoje depende de uma caneta e vive
em decorrência de um decreto (Decreto-Lei 288/67, que criou a Zona
Franca de Manaus). Isso é muito sério, muito grave. Houve tentativas, ao
longo do tempo, de mudar isso, mas é muito difícil, pois, haveria que
reunir as condições econômicas para fazer as mudanças necessárias, mas
elas são dificílimas por conta do problema logístico que é a Região
Amazônica. Isso redobra ainda mais a nossa obrigação política para com o
Estado do Amazonas. Reproduzido de Acritica Noticias.
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