quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Amazonino recebe alta condecoração e mostra que tem apoio de políticos em 2014

As presenças de Eduardo Braga, pré-candidato ao Governo do Estado e de Alfredo Nascimento,demonstram que esse grupo terá Amazonino Mendes como apoiador (Roque de Sã- Agência Tempo)
Homenageado com a mais alta condecoração da Câmara dos Deputados, Amazonino afirma que participará de forma ativa no processo político de 2014
A solenidade de entrega da medalha “Mérito Legislativo” concedida nesta quarta-feira (4) pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados ao ex-governador e ex-prefeito de Manaus Amazonino Mendes, e a mais 50 personalidades brasileiras de todos os segmentos, serviu para aumentar a curiosidade e dar o tom do processo eleitoral de 2014. Estiveram presentes na homenagem, os senadores Eduardo Braga (PMDB-AM) e Alfredo Nascimento (PR-AM), além do decano da bancada federal e autor da indicação da medalha, Átila Lins (PSD-AM), e a deputada Rebecca Garcia (PP-AM). O governador Omar Aziz (PSD) e o prefeito de Manaus, Artur Neto (PSDB) foram convidados para a sessão solene, mas não compareceram.
As presenças de Eduardo Braga, pré-candidato ao Governo do Estado no ano que vem, e de Alfredo Nascimento, candidato à reeleição ao Senado, caso o governador Omar Aziz desista de concorrer à vaga e permaneça no Governo até o fim do mandato, demonstram que esse grupo terá Amazonino Mendes como apoiador da chapa, elevando o peso político especialmente no interior do Estado onde o ex-governador ainda tem aliados e é bem recebido pela população.
Questionados sobre essa proximidade, apoios e reunião do grupo político, eles desconversam, mas Amazonino diz que é obrigação dele, como o mais experiente e iniciador de todos, conversar e buscar a união. Se não for possível ele apoiará o candidato que tiver mais condições de governar o Estado (ver entrevista abaixo). Não cita nomes nem indica quem é esse candidato.
“Ah, não vamos misturar as coisas (com eleições). Essa homenagem é um reconhecimento pela história, pela luta, pela vida pública do político Amazonino e do ser humano Amazonino Mendes que tem serviços prestados ao povo do Amazonas”, declarou Braga na saída do plenário da Câmara.
Na opinião do senador Alfredo Nascimento, Amazonino é um dos maiores políticos que o Amazonas tem. “Ele orientou a todos nós. Todos os que fazem política, em algum momento, conviveu com o Amazonino, o professor e iniciador da grande maioria dos políticos do Estado do Amazonas”. Para o senador, as realizações como governante jamais serão esquecidas pelo povo amazonense.
Corregedor da Câmara, Átila Lins disse que quando apareceu a oportunidade de indicar um nome para receber a medalha “Mérito Legislativo” Amazonino Mendes surgiu “como uma obrigação” de homenageá-lo por ele ser uma figura política que fez muitas transformações no Amazonas. “Essa matriz política do Amazonas foi iniciada por Gilberto Mestrinho e depois comandada por Amazonino Mendes. Portanto, uma homenagem mais que merecida”, justificou o decano.
Entrevista
Já no Salão Verde, após receber a maior condecoração da Câmara dos Deputados, o ex-prefeito de Manaus falou sobre o significado da homenagem, avaliou os 30 anos de vida pública, devidos especialmente a Gilberto Mestrinho chamado de “matriz de todos”. Também indicou pistas sobre como vai atuar nas eleições de 2014. Deu a entender que não sairá candidato a nenhum cargo, mas disse ser obrigação dele participar do processo. A seguir os principais trechos da entrevista:
Como o senhor recebe essa homenagem da Câmara dos Deputados?
Encaro como um gesto de parceria, de companheirismo da classe política do meu Estado com quem convivi por tantos anos. De certa forma há autenticidade no que eu falo porque a consignação do meu nome foi do decano dos deputados da nossa terra, o Átila Lins. A homenagem não é a mim que se profere. A meu ver é às operosas ações políticas do meu Estado.
Em 2013 faz 30 anos que o senhor começou na vida pública. Que avaliação o senhor faz dessas três décadas de atuação no Estado do Amazonas?
É impossível pensar na minha vida pública sem eu ficar de joelhos diante da figura do Gilberto Mestrinho. Essa é a primeira coisa, pois, ele é a matriz de todos nós; foi quem nos encaminhou, orientou, formou e nos permitiu contribuir para a construção do nosso Estado. Foi Mestrinho quem nos permitiu também, na lide diária do processo político, participar de geração e criação de novos líderes. Quanto ao resto, são decorrências naturais do exercício. São obras e ações que ficam registradas na vida.
Quais obras o senhor destaca de suas administrações como governador e prefeito de Manaus?
Há um lugar comum que me persegue no que tange a essas atividades que é a UEA (Universidade Estadual do Amazonas). Eu, em particular, respeito isso porque quando a criamos, o Amazonas não tinha nenhuma condição de ter uma universidade, muito menos uma universidade avançada para os municípios do interior do Estado e foi assim que a  UEA nasceu.
Após a saída da Prefeitura de Manaus, o senhor pretende continuar na política? Como será sua participação nas eleições de 2014?
Há 20 anos, o velho político José Sarney (senador pelo PMDB do Amapá) me disse que a política só tinha uma porta, a de entrada, e não tinha porta de saída. Com o passar do tempo, venho verificando que isso procede mesmo. Você pode não ser mais candidato, mas você continua sendo político. Isso é uma inerência que acompanha a pessoa independentemente de sua vontade. Dentro desse ponto de vista, eu estou enquadradíssimo no processo político. Isso não quer dizer que eu serei candidato.
Embora não goste de usar o termo “grupo político”, o senhor tem conversado com os líderes que ajudou a criar?
Tenho maior respeito por todos eles. Acho que é meu dever e obrigação conversar, trocar ideias. Isso é uma atitude nobre e legítima. Jamais confundi isso com grupismo ou coisa que o valha. Se uma pessoa da minha idade, com a experiência que acumulei, ao se envolver com essas políticas, ela o faz com vista no futuro e no bem-estar. A mim importa exclusivamente o bem-estar do Amazonas.
Diante do aparente “racha” no grupo político, o senhor vai buscar a união de todos para caminharem juntos nas próximas eleições?
Isso é um detalhe, um pormenor. Se a união for importante e a gente perceber que é o melhor caminho, será minha obrigação estar na primeira fila brigando por essa união. Se não for o caso, estarei ao lado do candidato que expressar as melhores condições para governar o Estado.
Que conselho o senhor dá ao futuro governador do Amazonas?
Ninguém se iluda que o nosso Estado seja forte. É um Estado frágil porque não tem uma economia autossustentável. Até hoje depende de uma caneta e vive em decorrência de um decreto (Decreto-Lei 288/67, que criou a Zona Franca de Manaus). Isso é muito sério, muito grave. Houve tentativas, ao longo do tempo, de mudar isso, mas é muito difícil, pois, haveria que reunir as condições econômicas para fazer as mudanças necessárias, mas elas são dificílimas por conta do problema logístico que é a Região Amazônica. Isso redobra ainda mais a nossa obrigação política para com o Estado do Amazonas. Reproduzido de Acritica Noticias.

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