Um dos pivôs da
discussão sobre biografias não autorizadas, Roberto Carlos se mostrou
mais flexível neste domingo (27), em entrevista ao Fantástico, na qual disse
ser a favor do projeto que libera biografias sem autorização. “O que eu acho é
que tem que conversar. Tem que se conversar e chegar a esse equilíbrio”,
afirmou. (Assista no vídeo acima à entrevista de Roberto Carlos a
Renata Vasconcellos e, abaixo, a uma reportagem que explica a polêmica).
Em 2007, o
cantor moveu uma ação contra o jornalista e historiador Paulo César de Araújo,
autor de "Roberto Carlos em detalhes", e conseguiu que o livro fosse
recolhidos das lojas e tivesse sua venda proibida.
Agora, apesar de
adotar um discurso um pouco diferente, disse que não mudou de opinião. “Há
algum tempo, pra gente proteger o direito à privacidade, só existia uma forma.
Não permitir uma biografia não-autorizada”, disse.
Renata: Contra
calúnia, difamação, o caminho da Justiça não basta? Não cabem processos,
pedidos de indenização?
Roberto Carlos: É. Só que o resultado vem um pouco tardio.
Depois que todo mundo já leu, já viu na internet. Alguns já compraram até os
livros, aqueles que foram colocados à venda. Isso não funciona muito não.
Renata: As pessoas não podem julgar pelo critério próprio se
vale a pena dar respaldo para o que está escrito ou não? Deixar as pessoas
avaliarem?
Roberto Carlos: Não. Nesse caso, não.
Renata: Qual seria o caminho, então?
Roberto Carlos: Conversar, discutir. Chegar a uma conclusão
que seja mais razoável pra todo mundo.
Para ele, o
ideal seria não proibir ou exigir aprovação prévia, mas sim promover um diálogo
entre autores e biografados ou seus representantes. Os "ajustes" que
defende, no entanto, não foram detalhados.
Renata: Você
hoje é favor das biografias sem autorização prévia?
Roberto Carlos: Sem autorização. Porém, com certos ajustes.
Renata: Que ajustes seriam esses?
Roberto Carlos: Isso aí tem que se discutir. São muitas
coisas. Tem que haver um equilíbrio e alguns ajustes para que essa lei não
venha a prejudicar nem um lado, nem outro. Nem o lado do biografado, nem o lado
do biógrafo. E que não fira a liberdade de expressão e o direito à privacidade.
Renata: Você permitiria a biografia que foi feita a seu
respeito há alguns anos?
Roberto Carlos: Isso tem que ser discutido.
"O biógrafo
também pesquisa uma história que está feita. Que está feita pelo biografado.
Então ele, na verdade, não cria uma história. Ele faz um trabalho e narra
aquela história que não é dele. Que é do biografado. E, partir do que escreve,
ele passa a ser dono da história. E isso não é certo. Isso, na minha opinião,
não é justo", concluiu o cantor. Do G1, em São Paulo
2 comentários:
Esse realmente é o CARA!
Esse é o CARA MESMO!!!!
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