Réus do processo deverão deixar o presídio de Santa Maria até o fim da tarde
incêndio deixou 242 pessoas mortas em Santa Maria
Fábio Dutra/Correio do Povo
A Justiça do Rio Grande do Sul concedeu liberdade aos quatro homens
presos acusados de envolvimento no incêndio na boate Kiss, em Santa
Maria (RS). Os sócios da casa noturna, Elissandro Spohr e Mauro
Hoffmann, e os integrantes da banda Gurizada Fandagueira, Marcelo dos
Santos e o produtor Luciano Bonilha Leão, devem deixar o presídio até o
fim do dia.
O julgamento do pedido de liberdade aconteceu nesta quarta-feira (29)
na 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça em Porto Alegre. O relator,
desembargador Manuel José Martinez Lucas, alegou que os réus não
apresentam riscos à sociedade e que depois de quatro meses o clamor
público teria esfriado. Os outros dois desembargadores acompanharam o
voto do relator. Parentes das vítimas acompanharam a audiência
e ficaram revoltados com a decisão da Justiça. A mãe de uma jovem morta
no incêndio chegou a gritar no momento do pronunciamento.
Os acusados estão presos na Penitenciária Estadual de Santa Maria, onde deverá ser encaminhado o habeas corpus. Eles são acusados de homicídio doloso qualificado e 636 tentativas de homicídio. O incêndio em janeiro deste ano deixou 242 mortos.
A Secretaria de Saúde de Porto Alegre confirmou a morte de Mariane
Wallau Vielmo, de 24 anos, às 5h15 deste do dia 19 de maio, no Hospital
das Clínicas de Porto Alegre, capital gaúcha. Natural de Santiago,
Mariane estudava Sistemas de Informação e trabalhava com informática em
uma escola. Ela foi a 242ª vítima do incêndio e estava internada desde a
tragédia.
De acordo com a assessoria de comunicação, quatro vítimas do incêndio
continuam internadas no Hospital das Clínicas. Não há mais pacientes
internados em outras unidades de saúde de Porto Alegre. Um paciente que
havia recebido alta retornou para uma avaliação e a equipe médica achou
melhor interná-lo de novo.
Incêndio
O incêndio dentro da boate Kiss no centro de Santa Maria, cidade a 290
km da capital, Porto Alegre, aconteceu na madrugada de 27 de janeiro.
O fogo começou porque, durante a apresentação da banda Gurizada
Fandangueira, um dos integrantes acendeu um artefato pirotécnico — uma
espécie de fogo de artifício chamado "sputnik" — que ao ser lançado
atingiu a espuma do isolamento acústico, no teto da boate. As chamas se espalharam em poucos minutos.
A casa noturna estava cheia na hora que o fogo começou. Cerca de mil
pessoas estariam no local. O incêndio provocou pânico e muitas pessoas
não conseguiram acessar a saída de emergência. Os donos não tinham qualquer autorização do Corpo de Bombeiros para organizar um show pirotécnico na casa noturna. O alvará da boate estava vencido desde agosto de 2012, afirmou o Corpo de Bombeiros.Do R7, com Rede Record
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