Em termos mundiais o Brasil ocupa o 7° lugar entre os países que
possuem o maior número de mulheres mortas, num universo de 84 países
(Mapa da Violência, 2012). Na frente do Brasil estão: El Salvador,
Trinidad y Tobago, Guatemala, Rússia, Colômbia e Belize. Os países
economicamente fortes e educados ocupam as últimas posições. Brasil e
Rússia, dos dez países mais ricos do mundo, são os únicos que estão no
Top 7. Uma vergonha para os dois.
Se os países avançados e com
boa educação ocupam as últimas posições, isso constitui um sinal
evidente de que a educação tem tudo a ver com a questão da violência de
gênero. Não basta que o país seja apenas economicamente forte. Ser rico
não basta. Alguém pode ser rico, mas ignorante. É preciso ser rico e bem educado para se alterar o quadro de violência contra as mulheres.
De 1980 até hoje 100 mil mulheres foram brutalmente assassinadas no Brasil (institutoavantebrasil.com.br) .
O aumento médio anual de 1980 a 2010 foi de 4,32%; na década de
2001-2010 o incremento foi de 1,85%. De 1353 mortes em 1980 passamos
para 4.465 em 2010. Devemos fechar 2012 com 4.632 óbitos femininos
intencionais. O incremento nas mortes das mulheres é praticamente o
mesmo das mortes dos homens. Isso significa que ainda somos muito
violentos.
As estatísticas demonstram (Instituto Patrícia Galvão,
por exemplo) que pelo menos 70% dos assassinatos de mulheres são
praticados por maridos ou ex-maridos, namorados ou ex-namorados, noivos
ou ex-noivos, companheiros ou ex-companheiros. Aqui se pode vislumbrar a
violência de gênero, ou seja, o sujeito mata a mulher por razões
machistas, por achar que ela é de sua propriedade
Muitos homens
se comportam frente às mulheres como o assaltante se posta frente ao
assaltado: puro poder fático, que cria uma situação de subordinação, na
base da força. A violência machista é fruto da ignorância, porque quanto
mais evoluído educativamente o país, menos mulheres morrem.
Espanha é um excelente exemplo disso: menos de 60 mortes por ano com uma
população de cerca de 44 milhões de pessoas. A quantidade de ONGs que
defendem as mulheres neste País é impressionante. A conscientização da
população é maior. O ato de agredir uma mulher é cada vez mais
censurado, sobretudo quando se trata de agressão da presença de
crianças. Não existe mudança de cultura que não seja pela educação, que é
a solução final para o problema. Enquanto isso não acontece, devemos
lutar pelo aprimoramento das medidas protetivas da lei, pela assistência
à mulher maltratada, pela eficácia das sanções etc.Via: Elizabete ventura
http://www.brasil247.com/pt/
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