INDIGENAS INDIGNADOS
Indígenas ameaçam guerra para barrar hidrelétricas no rio Tapajós
Não houve acordo.
O governo teve uma pequena amostra, na semana passada, da resistência
que enfrentará para levar adiante seu projeto de construção de
hidrelétricas ao longo do rio Tapajós, uma região isolada da Amazônia
onde vivem hoje cerca de 8 mil índios da etnia munduruku. Um grupo de
líderes de aldeias localizadas no Pará e no norte do Mato Grosso,
Estados que são cortados pelo rio, esteve em Brasília para protestar
contra ações de empresas na região, que realizam levantamento de
informações para preparar o licenciamento ambiental das usinas.
Os índios tiveram uma reunião com o ministro de Minas e Energia (MME), Edison Lobão. Na mesa, os projetos da hidrelétricas de São Luiz do Tapajós e de Jatobá, dois dos maiores projetos de geração previstos pelo governo. Lobão foi firme. Disse aos índios que o governo não vai abrir mãos das duas usinas e que eles precisam entender isso. Valter Cardeal, diretor da Eletrobras que também participou da discussão, tentou convencer os índios de que o negócio é viável e de que eles serão devidamente compensados pelos impactos. Os índios deixaram a sala.
Os índios tiveram uma reunião com o ministro de Minas e Energia (MME), Edison Lobão. Na mesa, os projetos da hidrelétricas de São Luiz do Tapajós e de Jatobá, dois dos maiores projetos de geração previstos pelo governo. Lobão foi firme. Disse aos índios que o governo não vai abrir mãos das duas usinas e que eles precisam entender isso. Valter Cardeal, diretor da Eletrobras que também participou da discussão, tentou convencer os índios de que o negócio é viável e de que eles serão devidamente compensados pelos impactos. Os índios deixaram a sala.
Para
o cacique Arnaldo Koba Munduruku, que lidera todos os povos indígenas
da região do Tapajós, o resultado do encontro foi negativo. “Nosso povo
não quer indenização, nem quer o dinheiro de usina. Nosso povo quer o
rio como ele é”, disse Koba ao Valor. “Não vamos permitir que usinas ou
até mesmo que estudos sejam feitos. Vamos unir nossa gente e vamos para o
enfrentamento. O Tapajós não vai sofrer como sofre hoje o rio Xingu”,
afirmou o líder indígena, referindo-se às complicações indígenas que
envolvem o licenciamento e a construção da hidrelétrica de Belo Monte,
em Altamira (PA).
Numa carta que foi entregue nas mãos do
secretário-geral da Presidência, ministro Gilberto Carvalho, os índios
pediram “que o governo brasileiro respeite a decisão do povo munduruku e
desista de construir essas hidrelétricas”. No mesmo documento, os
índios cobram agilidade na investigação da morte de Adenilson Kirixi
Munduruku, que foi assassinado com três tiros em novembro do ano
passado, na região do Teles Pires, rio localizado no norte do Mato
Grosso e que forma o Tapajós, em sua confluência com o rio Juruena.
Os
índios se negaram a assinar um documento apresentado pela Presidência,
que previa compromissos a serem assumidos pelo governo, por entenderem
que se tratava de uma consulta prévia já atrelada ao licenciamento das
usinas do Tapajós. “Viemos até aqui para cobrar a punição pelo
assassinato de nosso irmão, mas vimos que a intenção do governo era
outra. Ele queria mesmo era tratar das usinas, mas não permitimos isso”,
disse o líder indígena Waldelirio Manhuary Munduruku. “Não vamos nos
ajoelhar. Não haverá usinas, nem estudos de usinas. Iremos até o fim
nessa guerra.”
No balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) divulgado na semana passada, o cronograma de São Luiz do Tapajós e de Jatobá estabelece o mês de setembro para conclusão dos estudos ambientais das usinas. O levantamento de informações na região começou a ser feito pela Eletrobras há pelo menos um ano e meio. Analistas ambientais e técnicos da estatal têm enfrentado resistências na região para colher informações dos moradores.
O grupo de empresas que o governo reuniu em agosto do ano passado para participar da elaboração dos estudos dá uma ideia do interesse energético que a União tem no Tapajós. Com a Eletrobras estão Cemig Geração e Transmissão, Copel Geração e Transmissão, GDF Suez Energy Latin America Participações, Endesa do Brasil e Neoenergia Investimentos.
Com as usinas de São Luiz e Jatobá, o governo quer adicionar 8.471 megawatts de potência à sua matriz energética. O custo ambiental disso seria a inundação de 1.368 quilômetros quadrados de floresta virgem, duas vezes e meia a inundação que será causada pela hidrelétrica de Belo Monte. O governo diz que é pouco e que, se forem implementadas todas as usinas previstas para a Amazônia, menos de 1% da floresta ficaria embaixo d”água.Fonte: Valor Econômico - Reproduzido do Blog Rastilho de polvora
No balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) divulgado na semana passada, o cronograma de São Luiz do Tapajós e de Jatobá estabelece o mês de setembro para conclusão dos estudos ambientais das usinas. O levantamento de informações na região começou a ser feito pela Eletrobras há pelo menos um ano e meio. Analistas ambientais e técnicos da estatal têm enfrentado resistências na região para colher informações dos moradores.
O grupo de empresas que o governo reuniu em agosto do ano passado para participar da elaboração dos estudos dá uma ideia do interesse energético que a União tem no Tapajós. Com a Eletrobras estão Cemig Geração e Transmissão, Copel Geração e Transmissão, GDF Suez Energy Latin America Participações, Endesa do Brasil e Neoenergia Investimentos.
Com as usinas de São Luiz e Jatobá, o governo quer adicionar 8.471 megawatts de potência à sua matriz energética. O custo ambiental disso seria a inundação de 1.368 quilômetros quadrados de floresta virgem, duas vezes e meia a inundação que será causada pela hidrelétrica de Belo Monte. O governo diz que é pouco e que, se forem implementadas todas as usinas previstas para a Amazônia, menos de 1% da floresta ficaria embaixo d”água.Fonte: Valor Econômico - Reproduzido do Blog Rastilho de polvora
Um comentário:
Eles podem até gritarem e esperniarem que não vão conseguir nada com isso, as hidreletricas irão sair com eles gostando ou não.
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