Por sua “elasticidade” moral. Por sua inapetência
pelo trabalho. Por sua incapacidade de apertar o controle sobre alguns de seus
subordinados.
Por seu absoluto despreparo, enfim, para o cargo
que ocupa.
Excelentes técnicos possui o atual
governo.
Gente competente, honesta, trabalhadora. Gente
que até vem dos movimentos sociais e que possui enorme sensibilidade em relação
aos problemas da nossa população.
Técnicos que podem, sim, realizar um grande
trabalho. Basta que possam, de fato, trabalhar. E trabalhar de
cabeça erguida.
Mas o xis da questão, o nó cego, é o próprio
Simão Robinson de Oliveira Jatene.
E isso bem demonstram os contratos da Delta
Construções com o Sistema de Segurança Pública do Estado do
Pará.
Em todo o Brasil, o escândalo que envolve
Carlinhos Cachoeira levou a uma devassa sem precedentes nos contratos da
Delta.
Há fortes suspeitas de que ela serviria “não
apenas” para lavar dinheiro da Organização Criminosa de Carlinhos Cachoeira. Na
verdade, teria como sócio oculto o próprio contraventor.
Há acusações de fraudes em licitações,
superfaturamento, corrupção, lavagem de dinheiro, pipocando em todo o Brasil. E
alguns dos diretores da Delta foram até presos pela Polícia
Federal.
E, no entanto, Jatene faz cara de paisagem, como
se fosse a coisa mais natural do mundo derramar dinheiro público em uma empresa
com tamanha folha corrida.
Em outras palavras: como se fosse absolutamente
normal injetar milhões e milhões - do meu, do seu, do nosso dinheirinho -
naquela que é apontada pela PF como uma gigantesca quadrilha, dedicada,
inclusive, a corromper políticos e agentes públicos. Ou seja: a conspirar contra
o próprio Estado de Direito.
Atitude de Jatene? Nenhuma. Nem mesmo o anúncio
de uma auditagem nos contratos da empresa. Nada. Rigorosamente,
nada.
É como se o cidadão Simão Jatene não devesse
qualquer explicação ao distinto público que lhe paga o
salário.
É como se Jatene imaginasse que somos todos
cegos, ou burros, ou loucos, para não perceber a sua virtual cumplicidade em
tudo isso.
É como se os milhões da propaganda e as
assessorias que distribui fartamente pudessem desonerá-lo de qualquer
responsabilidade, ainda que futura, por sua inação.
Por que, afinal de contas, Jatene manteve a Delta
no estado do Pará?
Por que nada faz, e nem ao menos se explica,
diante dessa imoralidade, dessa bandalheira contra o erário?
Como se não bastasse a profusão de bandidos que
sempre tivemos aqui, agora andamos nós, os paraenses, a sustentar, com o nosso
escasso dinheirinho, também a bandidagem interestadual.
A dolce vita desses sujeitos que parecem até rir
da nossa cara, confiantes de que nada lhes acontecerá.
E, se não fosse a atitude de um cidadão do Amapá,
que denunciou os contratos da Delta diretamente ao procurador geral de Justiça,
é bem possível que ela continuasse a receber os nossos milhões sem ser nem
minimamente incomodada, nesta província esquecida pela
Nação.
Do governador, nada se sabe. Escafedeu-se. Como
sempre, deve ter ido pescar.
E assim, segue o Pará desgovernado, num autêntico
salve-se quem puder.
Milhões e milhões escoam pelas verdadeiras
crateras que vão tomando conta da máquina pública.
Porque as quadrilhas podem agir à luz do dia, já
não precisam nem disfarçar: as licitações são fraudadas na cara dura; o
superfaturamento é tão evidente que até uma criança consegue
detectar.
E a “sensação de impotência”, essa sim é
verdadeira, diante de um governante omisso, de uma imprensa comprada, de
instituições corrompidas e que se fingem de mortas.
Pobres de nós, os paraenses. Pobre estado do
Pará.
3 comentários:
A cara desse governador do PARÁ é de bebum.
É UMA VERGONHA PARA O POVO PARAENSE GOVERNADOR.
Que Deus possa manifestar a verdade para o povo paraense, e que as autoridades que realmente estão envolvidas nesse escandalo sejam responsabilizadas na lei dos homens, pois na Lei de Deus ninguém escapa. Sejam fortes, a verdade será apresentada a todos os brasileiros.
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