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Aos 26 anos e sem adversários em sua categoria, Pistorius conseguiu em 2011,
enfim, sua maior vitória, e em uma batalha que se arrastava há mais de quatro
anos: participar de grandes competições de atletismo convencionais. Mais
difícil do que o índice para as disputas foi conseguir da Federação
Internacional de Atletismo (IAAF) a permissão para dividir a pista com não
paraolímpicos. Feito isso, o velocista foi longe e chamou a atenção do mundo ao
ser medalhista de prata no Mundial de Daegu, na Coreia do Sul, com no
revezamento 4 x 400m, além de ser semifinalista nos 400m rasos.
Oscar Pistorius recebe o prêmio no Laureus 2012
(Foto: Reuters)
- Você não é desabilitado pelas deficiências que você tem. Você é capaz de
fazer o que suas habilidades permitem. Cresci pensando que podia, sim, fazer o
que as outras crianças faziam – disse Pistorius, que se acostumou a ignorar a
palavra limitação de seu dicionário.
Superatleta desde a infância
Superatleta desde a infância
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3XoOcmNhUft4b2CQi10mGxM800dRIzovdEXkPKYmD69Jlx52GZAxuNhoFjOd5c_2gRs8bLLTV4iRJy0qJqQvj-2T0F1z03auPKyyUm2q9E9-DIEV5iG-BmE28A2hW6cGmqkFuH9r0t3oc/s320/atl_pernasoscarpistorius_afp_60.jpg)
Em 2003, aos 17 anos, Oscar Pistorius sofreu uma lesão no joelho disputando uma
partida de rúgbi. No processo de recuperação, foi apresentado ao atletismo e
“nunca mais olhou para trás”, como costuma falar. Foi o pontapé inicial de uma
carreira meteórica: nove meses depois, ele já estava em Atenas, para a disputa
dos Jogos Paralímpicos, onde conquistou o bronze nos 100m rasos e uma incrível
medalha de ouro com direito a recorde mundial nos 200m. Surpresa para o mundo,
não para ele, que revelou um lema que norteia sua carreira:
- Quando eu cresci, meus pais me disseram duas coisas: não comece o que você
não pode terminar e não faça nada que você não possa se doar 100%. Sou
perfeccionista.
Oscar Pistorius em Bruxelas (Foto: Reuters)
A primeira aparição em competições convencionais aconteceu já em 2005, quando
foi sexto colocado nos 400m no Campeonato Sul-Africano. A partir daí, convites
começaram a surgir para participação em Grandes Prêmios, inclusive da IAAF,
para etapa de Helsinque, no mesmo ano. O sucesso, porém, levantou suspeitas da
própria IAAF que, dois anos depois, iniciou estudos para saber se as próteses
dariam vantagens a Pistorius na disputa com outros concorrentes.
Polêmicas e adiamento do sonho olímpico
Polêmicas e adiamento do sonho olímpico
Em janeiro de 2008, a polêmica: o sul-africano foi proibido de disputar
competições da associação por, supostamente, ter benefícios em relação a quem
compete com tornozelos naturais. Foi quando o velocista começou a correr contra
o tempo também fora das pistas, disposto a reverter a punição a tempo de buscar
uma vaga na Olimpíada Pequim.
- Essa é uma decisão prematura e muito subjetiva – declarou na época.
E novos estudos provaram que Pistorius estava certo. Após recorrer na Corte Arbitral do Esportes (CAS), ele mostrou que os estudos não levavam em conta as condições apresentadas em uma prova de verdade, como inclinação do corpo, e teve a punição revista. As polêmicas judiciais, no entanto, atrapalharam os planos do atleta, que não conseguiu índice para compor a equipe sul-africana dos 4 x 400m por 0,70 segundos. Ele, por outro lado, foi à China para os Jogos Paralímpicos e levou o ouro nos 100m, 200m e 400m. Dever cumprido e meta traçada: Londres 2012.
Passados três anos do ciclo olímpico, Pistorius voltou ao noticiário em 2011, e dando mostras de que o sonho de disputar uma Olimpíada segue firme. Com 45,07 segundos nos 400m rasos, alcançou o índice para disputar o Mundial de Daegu tanto na prova quanto no revezamento 4 x 400m. Individualmente, ele avançou às semifinais, enquanto foi medalhista de prata com sua equipe, mesmo tendo ficado fora da final, uma vez que participou das eliminatórias.
- Essa é uma decisão prematura e muito subjetiva – declarou na época.
E novos estudos provaram que Pistorius estava certo. Após recorrer na Corte Arbitral do Esportes (CAS), ele mostrou que os estudos não levavam em conta as condições apresentadas em uma prova de verdade, como inclinação do corpo, e teve a punição revista. As polêmicas judiciais, no entanto, atrapalharam os planos do atleta, que não conseguiu índice para compor a equipe sul-africana dos 4 x 400m por 0,70 segundos. Ele, por outro lado, foi à China para os Jogos Paralímpicos e levou o ouro nos 100m, 200m e 400m. Dever cumprido e meta traçada: Londres 2012.
Passados três anos do ciclo olímpico, Pistorius voltou ao noticiário em 2011, e dando mostras de que o sonho de disputar uma Olimpíada segue firme. Com 45,07 segundos nos 400m rasos, alcançou o índice para disputar o Mundial de Daegu tanto na prova quanto no revezamento 4 x 400m. Individualmente, ele avançou às semifinais, enquanto foi medalhista de prata com sua equipe, mesmo tendo ficado fora da final, uma vez que participou das eliminatórias.
'Hoje, o movimento paralímpico é mais sólido. Somos
mais profissionais'
Oscar Pistorius
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZf-YltYmp_-QxN0IdVdL3ZAtzPc8UR-NfreoLnc18Si-BQ8rrU_nkyBt437daY9zIs7g_snzRtf1xe4c5-H09n8tou_oxpla9wYOSWmp4SRZZDX9XhApNH8x4s9QMP78V-uuU_JPogo2_/s320/atletismo_oscarpistorius_laureus_reuters.jpg)
- Acho que o movimento paralímpico hoje é algo
sólido, é maior do que já foi no passado. Acredito que a competição aqui em
Londres será fenomenal, porque hoje somos mais internacionais. Nos últimos
quatro anos, é evidente que passamos a ser mais profissionais. Ao contrário do
passado, hoje temos o mesmo sentimento dos esportes de alto rendimento nas
competições convencionais, nos esportes radicais. Tanto nas vitórias quanto nas
frustrações. Tudo que se espera de atletas de primeiro nível. Fazer parte disso
tudo me deixa muito orgulhoso, assim como estar pronto para todos os tipos de
competições.
E quando fala “todos os tipos de competições”, a
mente de Pistorius automaticamente passeia pelos Jogos Olímpicos. Grande
favorito a três medalhas de ouro nas Paraolimpíadas, ele ainda busca índica na
equipe convencional da África do Sul. Para isso, precisa correr os 400m abaixo
de 45,25 segundos em competições oficiais até junho. Meta que os resultados de
2011 permitem o atleta sonhar alcançar (seu recorde pessoal é 45,07).
- Todos os dias eu busco melhorar. Sou realista e sei que hoje estou muito
longe da possibilidade de disputar uma final individual. Fiquei como 21º do
ranking no último ano e isso me mostra isso. Mas foi uma temporada que
aproveitei bastante. Procuro refletir bastante e tirar lições todos os anos.
Espero que 2012 seja um ano ainda melhor do que 2011, que já foi fenomenal.
Estou mirando isso. Acredito muito no meu treinador, na equipe que tenho, em
quem torce por mim, e acho que isso é, sim, possível.
Daniel Dias elogia, mas com ressalvas
róteses usadas por Pistorius: polêmica (Foto: AFP)
Ao mesmo tempo em que aumenta a visibilidade do
esporte paralímpico no cenário esportivo mundial, a ousadia de Oscar Pistorius
divide opiniões entre celebridades no segmento. A velocista brasileira
Terezinha Guilherme, também recordista e campeã mundial nos 100m, 200m e 400m,
mas para cegos, apoia o sul-africano e diz também ter o desejo de ultrapassar
as barreiras do paradesporto.
- Eu acho fantástico o que ele fez. Se eu pudesse, também competiria entre
atletas que não são paralímpicos. Já disputei algumas competições regionais,
quando tive permissão.
Por outro lado, o nadador Daniel Dias demonstra uma mistura de admiração e reprovação. Ao mesmo tempo em que há a fascinação pela barreira superada, o brasileiro acredita que é importante que cada um respeite seu próprio espaço para que o mesmo seja respeitado.
- É meio complicado. Buscamos o nosso espaço, não igualdade. São visões diferentes. Creio que ele fez algo incrível, de realmente mostrar para as pessoas que o limite somos nós que colocamos. Agora, eu acho que cada um tem o seu lugar. Essa é minha opinião. Temos o nosso lugar e queremos apenas o nosso espaço.
Por outro lado, o nadador Daniel Dias demonstra uma mistura de admiração e reprovação. Ao mesmo tempo em que há a fascinação pela barreira superada, o brasileiro acredita que é importante que cada um respeite seu próprio espaço para que o mesmo seja respeitado.
- É meio complicado. Buscamos o nosso espaço, não igualdade. São visões diferentes. Creio que ele fez algo incrível, de realmente mostrar para as pessoas que o limite somos nós que colocamos. Agora, eu acho que cada um tem o seu lugar. Essa é minha opinião. Temos o nosso lugar e queremos apenas o nosso espaço.
Polêmicas à parte, Pistorius seguirá sendo a atração paralímpica até os Jogos
de Londres, conseguindo ou não a vaga na Olimpíada.
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