segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O FEITIÇO CONTRA O FEITICEIRO


Valmir Clímaco é denunciado por falsificação de documentos.
A cada dia o cerco aperta em torno do atual gestor de Itaituba, que não consegue se livrar das amarras da Justiça. Com inúmeros processos no Ministério Público Estadual, TRT 8 e Justiça Eleitoral, agora é o Ministério Público Federal que o acusa de comandar um esquema de falsificação de documentos públicos.

O Ministério Público Federal no Pará, através do Procurador Regional Eleitoral, Daniel Azeredo Avelino, encaminhou denúncias ao Tribunal Regional Eleitoral, acusando o prefeito de Itaituba Valmir Clímaco de Aguiar por crimes eleitorais na eleição de 2008, quando foi derrotado pela segunda vez nas eleições municipais pelo ex prefeito Roselito Soares da Silva, de quem Valmir usurpou o mandato acusando-o de doar sextas básicas no interior da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social. As cinco sextas básicas que se encontravam nas dependências da secretaria na época (apesar de não pertencerem ao então prefeito e nem tampouco a prefeitura, mas sim ao também então candidato a vereador, hoje deputado estadual Hilton Aguiar, que para à Semdas levou com o consentimento do então secretário interino Jardel Silva, hoje seu assessor na Assembleia Legislativa do Estado do Pará), foram utilizadas como o objeto do pressuposto crime de Roselito, tendo Valmir se apropriado das gravações feitas em um celular pelo também então candidato a vereador Norton Sussuarana, que filmou a bagunça generalizada feita pelos próprios partidários de Clímaco.  Mas ao invés de Roselito Soares, quem realmente cometeu crime eleitoral durante o processo de 2008 foi o candidato derrotado Valmir Climaco, que na época foi acusado de comandar um esquema no Cartório Eleitoral e no setor de identificação de Itaituba, objetivando a expedição de documentos falsos, como Carteira de Identidade e Títulos Eleitorais, que seriam utilizados nas eleições daquele ano.

Quase quatro anos após o delito e há um ano e nove meses da usurpação do cargo de prefeito por parte de Valmir, o processo chegou ao Tribunal Regional Eleitoral, sob recomendação do Procurador Federal Daniel Azeredo Avelino, acusando o agora prefeito Valmir Climaco de Aguiar por crimes eleitorais na eleição de 2008. Segundo o Ministério Público Federal, o então candidato á prefeito, Valmir Clímaco, estaria envolvido em um esquema de emissões fraudulentas de títulos eleitorais. A primeira denúncia teria sido feita por uma funcionária da prefeitura cedida ao cartório eleitoral do município. Na denúncia, Valmir também é acusado de oferecer empregos na prefeitura, para parentes dos funcionários do cartório eleitoral, caso esses funcionários expedissem os títulos eleitorais fraudulentos. Ele é caracterizado na denúncia como mentor e maior beneficiado do crime. Outros quatro envolvidos no crime eleitoral em Itaituba são Sidney Vieira, Márcia Maria Vieira, Antônio Ricardo Tapajós e Delma Bessa Martins. Eles inseriram declarações falsas em documentos públicos com objetivo de benefícios eleitorais. Por ironia do destino, com as provas existentes no processo referente aos crimes de Valmir Clímaco que tramita na Justiça Eleitoral sob o número 6-91.2012.6.14.0000, a própria justiça que o colocou no poder agora o tirará. Ou seja, é o feitiço vindo contra o feiticeiro e, desta feita em dose dupla. Valmir além de poder perder o cargo que usurpou, poderá ficar inelegível e ainda responder criminalmente por falsidade ideológica e formação de quadrilha.


Ilustração: Faro Fino

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