Cientistas argentinos descobriram um
mecanismo que fornece novos dados sobre o funcionamento da comunicação entre
neurônios, o que pode ajudar a compreender doenças como o mal de Alzheimer,
informaram à Agência Efe os responsáveis pelo estudo. Trata-se de um mecanismo
fundamental para a formação, fortalecimento e funcionamento das sinapses, ou
seja, os pontos de comunicação entre os neurônios, explicou a Agência de
Ciência e Técnica do Instituto Leloir, onde a pesquisa foi desenvolvida.
A
equipe identificou neste processo de comunicação pacotes de ARN mensageiro
(responsável pela transferência de informação do DNA) temporariamente inativos,
denominados "focos de silenciamento de mensageiros", explicou
Graciela Boccaccio, chefe do Laboratório de Biologia Celular do Instituto
Leloir. Com a formação desses pacotes, o ARN mensageiro não pode cumprir sua
função, que permite consolidar a comunicação entre neurônios para memória e
aprendizagem.
Os cientistas também identificaram neste processo a proteína
Smaug 1, que, quando bloqueada, produz um defeito sináptico grave e os
neurônios não se desenvolvem completamente, de acordo com o estudo. "Esses
defeitos são muito similares aos observados em várias doenças
neurodegenerativas", disse Boccaccio. Para a pesquisadora, o estudo dá uma
luz sobre como funciona a sinapse e pode ajudar a criar novos caminhos para
entender doenças como o mal de Alzheimer e a esclerose. Durante o trabalho,
publicado na revista "The Journal of Cell Biology", os cientistas
analisaram, em roedores, neurônios do hipocampo, região do cérebro associada
aos aspectos cognitivos.
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