2015 promete ser o começo de uma grande dor de cabeça para os tucanos, documentos descobertos serão enviados ao MP
O ano de 2015 promete ser o início de uma forte dor de cabeça para o
senador Aécio Neves (PSDB-MG). Várias Comissões Parlamentares de
Inquéritos (CPIs) estão na mira da antiga oposição da Assembleia
Legislativa para investigar tanto a gestão do parlamentar mineiro, que
governou Minas de 2003 a 2010, como a do seu correligionário e sucessor,
Antonio Anastasia, eleito senador neste ano.
“Durante esses 12 anos de governo (do PSDB) em Minas, a oposição foi
impedida de instalar CPIs. Havia boicotes”, dispara o deputado estadual
Rogério Correia (PT), reeleito para o seu quarto mandato na Assembleia
de Minas Gerais, com 72.413 votos.
A CPI de Repasses Educacionais é uma das que está na lista dos
oposicionistas. Com base em cálculos do Tribunal de Contas do Estado
(TCE), o deputado afirma que há uma defasagem de R$ 8 bilhões em
recursos que deveriam de sido aplicados na área nos 12 anos de governo
tucano em Minas.
“Jamais aplicaram o mínimo de 25% como determina a legislação”, diz
Correia ao Minas 247. De acordo com o parlamentar, se for instalada, a
CPI da Saúde também investigará uma defasagem em torno de R$ 8 bilhões
no setor.
Outra CPI envolve um parente de Aécio, conforme o deputado, a da
Construção da Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves, sede do
governo mineiro, entregue em 2010. O deputado informa que a obra teve um
custo de R$ 600 milhões, porém a despesa final alcançou R$ 1,2 bilhão, o
dobro do valor inicial.
Segundo o petista, a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas
Gerais (Codemig) foi a responsável pela obra, que era presidida por um
parente de Aécio chamado Oswaldo Borges da Costa. “Ele preside a Codemig
desde que Aécio entrou (no governo)”, complementa. Ainda referindo-se à
Codemig, o parlamentar afirma que será investigada a extração de um
minério conhecido como NIóbio feita sem licitação.
CPIs do Mineirão e Cemig
Nem mesmo o Mineirão, um dos estádio sede da Copa do Mundo ficou de
fora da lista de CPIs por parte dos antigos oposicionistas, que agora
compõem a base aliada do governador eleito de Minas, o ex-ministro
Fernando Pimentel (PT).
Correia diz que, de acordo com contrato entre o governo mineiro e o
consórcio Minas Arena, responsável pelo gerenciamento do estádio, o
consórcio deve atingir um lucro de R$ 7 milhões com a manutenção da
arena.
“No ano passado (2014), o governo desembolsou cerca de R$ 50 milhões só
para o lucro do consórcio. Tira dinheiro público para sustentar o lucro
da empresa”, denuncia o parlamentar. O deputado aponta, ainda,
superfaturamento nas obras.
Em relação à Companhia Energética de Minas Gerias (Cemig), Correia
afrima que atualmente a empresa é controlada pela Andrade Gutierrez (a
mesma envolvida na Operação Lava Jato, da Polícia Federal). “A Andrade,
embora tenha participação minoritária, tem um mando, no mínimo,
estranho”, complementa.
Rádio Arco-Ìris e IPSEMG
Outra CPI citada pelo deputado, que pode ser instalada, é a das Verbas
Publicitárias. Parlamentares da Assembleia de Minas pretendem investigar
a doação de verba publicitária para a Rádio Arco-Íris, da qual Aécio é
proprietário, bem como sua irmã, Andrea Neves. Vale ressaltar que, em
2012, o Ministério Público (MP-MG) instaurou um inquérito civil com o
objetivo de apurar os repasses feitos ao veículo entre 2003 e 2010.
A ligação de Aécio com a emissora veio à tona em abril de 2011, quando o
senador mineiro se recusou a fazer o testo do bafômetro depois de ser
parado em uma blitz da Lei Seca no Rio de Janeiro. O parlamentar, que
foi multado em R$ 1.149,24, teve a carteira de habilitação (vencida)
apreendida.
O senador tucano dirigia uma Land Rover de placa HMA-1003, comprado em
novembro de 2010 em nome da emissora, detentora de uma franquia da Rádio
Jovem Pan FM em Belo Horizonte.
Em nota, a assessoria de Aécio negou que a rádio tenha recebido
patrocínios durante a gestão do tucano. De acordo com a assessoria do
senador, foram utilizados critérios técnicos na escolha das rádios que
receberiam verbas publicitárias e negou interferência de Andrea no
direcionamento de recursos – ela foi coordenadora do Núcleo Gestor de
Comunicação Social do Executivo, órgão responsável por controlar gastos
do governo com comunicação.
O deputado do PT menciona, também, o Instituto de Previdência dos
Servidores do Estado de Minas Gerais (IPSEMG) como um dos possíveis
alvos de investigações. Sem maiores detalhes, Correia diz que recursos
foram retirados do instituto para o caixa único do governo. O valor
seria cerca de R$ 250 milhões.
Em novembro passado, o governo mineiro informou, em nota, que o decreto
referente à medida “apenas” regulamenta a transferência dos recursos de
uma conta bancária para outra, e comprometerá o orçamento destinado à
assistência médica dos servidores por meio do Ipsemg. “O dinheiro do
Ipsemg é o único, dentre os órgãos públicos, que não está no caixa único
do Estado. O decreto apenas regulamenta a transferência do dinheiro,
que será feita aos poucos”.
Conforme a nota, o caixa único pode aumentar os rendimentos dos recursos
do instituto de previdência dos servidores. “O caixa único do Estado
tem mais dinheiro do que o fundo usado para a assistência médica. Dessa
forma, os rendimentos são maiores também, o que pode garantir mais
dinheiro para o Ipsemg e mais benefícios para o servidor”.
Aeroporto de Claudio
Talvez o caso mais conhecido acerca de possíveis investigações contra
Aécio, o aeroporto de Claudio, município do interior mineiro. Conforme
denúncia da Folha, em matéria publicada em julho do ano passado, o
tucano cometeu ato de improbidade administrativa ao utilizar R$ 14
milhões de recursos públicos para construir um aeroporto, em uma área
desapropriada que pertencia ao seu tio-avô.
Também no mês de julho, em artigo enviado para a Folha, Aécio afirmou
que, “se algum equívoco houve, certamente eu posso reconhecer e não ter
me preocupado em examinar em que estágio o processo de homologação
está”. “Este é um equívoco e eu quero reconhecer. O MP-MG abriu
investigação sobre o caso.
O parlamentar informa que o início dos trabalhos e a ordem das instalações das CPIs na Assembleia ainda serão definidos.
Ataques a Aécio
Questionado sobre a atuação de Aécio durante a campanha presidencial, o
deputado Rogério Correia foi taxativo: “Minas derrotou Aécio. Isso diz
tudo. Mostrou ao Brasil que onde ele governava não se confia, tanto do
ponto de vista moral e ético como administrativo”, alfinetou. No
primeiro turno da eleição, a presidente Dilma Rousseff (PT) venceu Aécio
em Minas por 43% dos votos válidos contra 39% do senador. No segundo
turno, a petista também ficou na frente (52,41% a 47,49%).
“É um senador nota zero”, cutuca o deputado, em referência à nota da
revista Veja atribuída ao senador (veja aqui). Ao explicar a nota dada
ao tucano, a revista disse que o senador foi afetado pela campanha
presidencial, que teria provocado seu afastamento das atividades
parlamentares (confira aqui). “A pior revista do Brasil dá nota zero ao
pior senador”, acrescenta Correia.
Para o deputado, Aécio “se sustentou no antipetismo”. “Se não fosse
isso, ele teria tomada uma ‘balaiada’ da Dilma”, afirma Correia. Dilma
venceu a eleição, em segundo turno, por 51,64% a 48,36%. “Com a vitória
de (Fernando) Pimentel, vamos mostrar o que de fato foi governo Aécio em
Minas”.
Confira o artigo original no Portal Metrópole: http://www.portalmetropole.com/2015/01/a-farra-acabou-aecio-e-anastasia-serao.html#ixzz3YQE7z9bO
Um comentário:
Não é esse coxinha PSDBESTA que quer ser presidente do Brasil?
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