Pois é…
Apareceu a lista de patriotas que colaboram com os black blocs. Lá estão
os vereadores Jefferson Moura e Renato Cinco, ambos do PSOL. Mas não
só. Há também um delegado, o sr. Orlando Zaccone, uma figura conhecida
deste blog. Já chego a ele. Não só: na lista também está um juiz de
direito, de quem já se ouviu falar aqui: João Damasceno — que nega a
contribuição. A VEJA.com teve acesso à planilha de contabilidade de um
dos eventos patrocinados pelos black blocs — este, excepcionalmente, não
teve pancadaria. Adivinhem quem aparece tanto arrecadando a grana junto
aos doadores como gastando o dinheiro… Elisa de Quadros, a buliçosa
“Sininho”. Doar dinheiro para quem quer que seja é ilegal? Em si, não!
Depende do que se vai fazer com ele. E a gente sabe o que fazem os black
blocs.
A
revelação da lista de doadores para a realização de um dos eventos
reforça a denúncia feita pelo advogado Jonas Tadeu, que defende os
assassinos do cinegrafista Santiago Andrade. Em entrevista à rádio Jovem
Pan na manhã desta quarta, ele afirmou que políticos e partidos estavam
dando mesadas a manifestantes. Também põe numa nova perspectiva a
afirmação de Tadeu de que Sininho o procurou, em nome do deputado
Marcelo Freixo (PSOL-RJ), oferecendo criminalistas para defender os
homens que mataram Santiago.
A parceria
política entre PSOL e black blocs não é exatamente uma novidade. Os
dois grupos atuaram juntos na estúpida greve dos professores do Rio. O
sindicato chegou a publicar uma nota em que assumia a parceria. Agora,
vemos políticos do partido dando dinheiro para os mascarados. Freixo
ainda tentou ameaçar a imprensa com Justiça para ver se ela mudava de
assunto. Não adiantou.
Zaccone
estar nessa lista não me surpreende. Este delegado de polícia tem
realmente um juízo muito singular sobre o mundo. No começo de maio, ele
participou em Brasília de um seminário (leia post a respeito) em defesa da descriminação das drogas, financiado pelo governo Dilma, em que deu a seguinte declaração:
“Nós conseguimos avançar no debate no que diz respeito ao consumo de
drogas, a descriminalização da conduta do usuário (…) E eu não tenho,
como policial, outra maneira de observar esse fenômeno sem ser, né?,
atuando em favor, né?, da legalização da produção, do comércio e do
consumo de todas as drogas”. Você entenderam. Ele disse
que, como delegado, atua em favor da legalização da produção, do
comércio e do consumo. Atenção! Nem a Holanda, que tem a legislação mais
tolerante do mundo com os entorpecentes, aceita a legalização da
produção e do comércio. Parece-me razoável que apareça doando dinheiro
aos black blocs.
Outra figura conhecida deste blog é o juiz João Damasceno. Escrevi um post sobre
ele no dia 30 de outubro. Ele parece num vídeo, ao lado de algumas
estrelas da TV Globo, convocando a população do Rio para um protesto. No
vídeo em questão, uma atriz, que não pertence ao elenco global, defende
abertamente a tática black bloc. Disse ela em defesa dos vândalos: “E
eu também acho que tem de parar para pensar o que é que está sendo
destruído. São casas de pessoas? Não! São lugares simbólicos”.
Damasceno,
que pertence ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, é membro de uma
associação esquerdista chamada “Juízes para a democracia”, uma entidade
que, certa feita, publicou uma nota em defesa de pessoas que invadiram e
depredaram a Reitoria no USP. No texto, a tal associação diz que algumas pessoas estão, sim, acima da lei. Quais pessoas? Os militantes de esquerda!
Eis aí. Em
sociedade, não existe nem combustão nem geração espontânea. Atos,
causas, eventos são sempre motivados. Na democracia, qualquer atividade
que tenha custo sempre é financiada. A questão é saber o que se está
financiando: o aperfeiçoamento da democracia ou o terror.
Matéria enviada por Raimundo Delival
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