O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, comentou nesta terça-feira (3) sobre um possível boicote ao programa Mais Médicos. A suspeita teve início devido aos profissionais que faltaram no primeiro dia de trabalho.
"Todos os filtros foram feitos para que só permanecessem os médicos
interessados no programa. Agora se a pessoa confirmou e homologou a
inscrição apenas para que nenhum outro profissional fosse para a região,
é uma perversidade inimaginável", declarou.
Padilha participou do anúncio de que o programa levará mais de 90% dos
400 médicos cubanos para trabalhar em cidades do Norte e Nordeste.
Embora o cronograma oficial estabelecesse esta segunda-feira (2) como o
dia em que 1.096 profissionais deveriam se apresentar para o início das
atividades, em várias regiões os médicos não apareceram. O Ministério
da Saúde não tinha estimativa das ausências.
Os gestores do programa, que são as prefeituras, têm até dia 12 deste
mês para confirmar o início do trabalho dos médicos. Os profissionais
que não estiverem trabalhando até esta data serão desligados do
programa. De acordo com Padilha, os municípios que já encontraram
desistência dos profissionais têm até esta quarta-feira (4) para colocar
a vaga como disponível. "Assim os médicos que começam a escolher hoje
já têm a opção de selecionar o município", explica.
O ministro também afirmou que será vetada qualquer tentativa de não
cumprimento de carga horária dos profissionais do programa. "Não será
aceito, de forma alguma qualquer tentativa de profissional ou de
secretaria municipal do não cumprimento das 40 horas [semanais] pelo
profissional de saúde", finaliza.
Médicos cubanos
A região Nordeste receberá ao todo 201 médicos nessa primeira fase,
destes a maioria (45) trabalharão no Estado da Bahia, seguido de
Pernambuco (34), Maranhão (29), Ceará (28), Alagoas (20), Piaui (19),
Sergipe (10), Paraíba (9) e Rio Grande do Norte (7).
No Norte, 42 médicos atuarão no Estado do Amazonas, três no Acre e seis
no Amapá, 56 no Pará, 15 no Tocantis e um em Roraima, em um total de
123 médicos.
Em menor número, apenas 30 médicos cubanos virão à região Sudeste (27
em Minas Gerais e três para o Estado de São Paulo) e seis para a região
Sul.
Quanto as cidades contempladas pelo programa, o ministro da Saúde,
Alexandre Padilha, destacou Melgaço (PA), a com pior IDH (Índice de
Desenvolvimento Humano) do país.
"Melgaço, com o pior IDHM, passa a ter médicos na saúde básica a partir
deste programa Mais médicos. A extrema pobreza foi critério para levar
os médicos para lá", afirmou o ministro.
O ministro afirmou, no entanto, que os médicos estrangeiros e com o
diploma no exterior ainda estão passando por seleção e, se não aprovados
no final das três semanas de avaliação, serão excluídos do programa.
"Eles [os médicos cubanos] passam pelo mesmo processo de avaliação
nestas três semanas. Eles só irão para os municípios caso passem. Os 282
médicos com diploma no exterior e os 400 cubanos, nós sabemos para onde
eles vão. Todos estão passando pelo mesmo critério [que os médicos
brasileiros]. Se não passarem, não vão para os municípios. Mas
precisamos preparar os municípios para recebê-los", explicou Padilha.
Segunda etapa
Padilha anunciou também a quantidade de profissionais inscritos na
segunda etapa do Mais Médicos. Ao todo 3.016 profissionais se
inscreveram, dos quais 1.414 com diplomas em instituições brasileiras e
1.602 com diplomas no exterior. Deste total, no entanto, apenas 951
médicos confirmaram a inscrição, sendo 541 com diploma brasileiro e 410
com formação no exterior.
Do UOL, em São Paulo
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