sábado, 3 de agosto de 2013

Jacareacanga: MPE realiza Reunião Pública com empresa de transportes e CCM e determina prazo para uso de D-20 no transporte de passageiros



“Em 20 dias se o senhor continuar com os transportes de passageiros e cargas, entraremos com uma Ação Cautelar proibindo esse tipo de serviço”
Com o objetivo de dar continuidade à Audiência Pública 001 ocorrida em 19 de junho, aconteceu em 30 de julho no auditório da Escola Carmem Valente da Silva, uma reunião pública que tratou sobre a qualidade do serviço prestada por empresas de transportes de passageiros que atuam em Jacareacanga e sobre a manutenção na Rodovia no trecho Jacareacanga/Itaituba.  A reunião foi presidida pela promotora de justiça Maria Raimunda da Silva Tavares, contou com as presenças do prefeito Raulien Queiroz, do representante da Construtora Centro Minas Ltda./CCM, Ribeiro Omar de Castro, representante da única empresa (Transportes Jacaré) de transportes de passageiros presente, Reginaldo Santos Silva, vereadores, representantes de entidades e populares.
Durante a reunião a promotora Maria Raimunda ouviu várias queixas de usuários sobre a qualidade do serviço de transporte de passageiros oferecida pelas empresas atuantes em Jacareacanga. As queixas foram muitas, entre elas, o excesso de velocidade praticada por alguns motoristas de micro-ônibus e de D-20, os preços abusivos de envio de encomendas.
De acordo com Ivânio Alencar, é comum colocarem cargas no corredor dos ônibus lotados de passageiros. Segundo Alencar alguns motoristas abusam superlotando seus veículos e o excesso de passageiros geralmente são acomodados em banquinhos no corredor dos ônibus. “Se porventura acontecer uma brusca frenagem os passageiros são arremessados ou atropelados pelas mercadorias. Estas atitudes colocam em risco a segurança do passageiro”, disse Ivânio Alencar.
Já o usuário Margomante Monteiro disse que já presenciou no momento do embarque na Cooperativa Buburé em Itaituba, confusão porque a agência havia vendido 27 passagens e o ônibus se tinha 24 assentos, acrescentando que a empresa trata os índios de forma diferente. “Quando a prefeitura libera passagens para os indígenas, geralmente eles são colocados nas últimas poltronas. E há casos que apesar da liberação das passagens pela prefeitura em tempo hábil, tem indígenas que não embarcam porque todas as poltronas já foram vendidas, ficando o índio para viajar no outro dia”, denunciou Monteiro.
Para o prefeito Raulien Queiroz é fundamental a instalação de postos de fiscalização da Policia Rodoviária Federal para garantir segurança aos condutores de veículos. Sobre a manutenção da Rodovia, o prefeito manifestou preocupação porque segundo el, há poucos meses havia 3 frentes de trabalho entre Jacareacanga e Itaituba. “Agora só temos a CCM e só até ao final do ano. Peço apoio da população e do Poder Legislativo para que juntos possamos encaminhar às autoridades competentes agilidade para realizar uma nova licitação e alocação de recursos para os trechos de Jacareacanga a Itaituba e Jacareacanga a Apui/AM”, disse o prefeito.
Um dos pontos de maior debate foi a respeito do uso de cinto de segurança nos veículos que transportam passageiros. Uma estatística feita com base em situações reais mostra que o uso do cinto de segurança reduz em até 70% as chances de o passageiro sofrer algum tipo de lesão durante um acidente. O risco de morte é 40% menor. De acordo com o Código Nacional de Trânsito, o cinto é obrigatório nas viagens interestaduais e intermunicipais. A última avaliação anual disponível no site http://vias-seguras.com, revela que o número de vítimas fatais de acidentes de transporte terrestre é de 43.256, em 2011. E o que mais preocupa: apenas 2% dos passageiros de ônibus usam cinto de segurança este dado é de um levantamento feito pela Agência Nacional de Transportes Terrestres.
Para a promotora de justiça Maria Raimunda o uso do cinto de segurança é um acessório indispensável e obrigatório por força da Lei. Segundo ela, há notícias de acidentes com lesões e vítimas fatais de vez em quando na Transamazônica envolvendo usuários de Jacareacanga, mas não há registro de nenhuma ação civil pública contra proprietários de veículos envolvidos nestes acidentes. “Qualquer serviço de utilidade pública é sujeito a parâmetros amparados por lei. Devemos ser conscientes de que temos direitos assegurados também por lei. O cinto de segurança é um direito nosso como usuários do transporte de passageiros”, disse.
Se referindo a respeito da caminhonete D-20, a promotora disse que o transporte de cargas junto com passageiros é proibido e um agravante do utilitário é que não há cinto de segurança na carroceria. “Não é a condição da rodovia que vai permitir que a D-20 transporte passageiro e carga juntos”, disse a promotora respondendo o questionamento de que no inverno intenso só esse tipo de veículo trafega com mais facilidade
Consultado ao plenário, Maria Raimunda perguntou se a população gostaria de continuar usando a D-20 como meio de transporte e como a maioria se manifestou contrária continuar o uso  da caminhonete a promotora determinou um prazo para que a empresa Transporte Jacaré faça a substituição de sua frota por ônibus. “Em 20 dias se o senhor continuar com os transportes de passageiros e cargas, entraremos com uma Ação Cautelar proibindo esse tipo de serviço”, disse a promotora se dirigindo a Reginaldo Santos Silva diretor da Transporte Jacaré.
O representante da CCM, Omar de Castro disse que o contrato com o DNIT encerra em novembro deste ano. “Caso haja demora em realizar uma nova licitação a trafegabilidade no trecho ficará inviável”, disse. Já o representante da empresa Transporte Jacaré disse que está atuando desde 2007 e que o preço na D-20 é de 80 reais na cabine e de 60 na carroceria. Texto e Fotos Nonato Silva

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