Esqueleto de rei inglês foi encontrado em
fevereiro na cidade de Leicester.
Análises de arqueólogos e geneticistas revelam detalhes do sepultamento.
Análises de arqueólogos e geneticistas revelam detalhes do sepultamento.
Restos humanos do rei inglês Ricardo III foram
encontrados em vala de um estacionamento na cidade de Leicester que no passado funcionava como uma igreja medieval (Foto:
University of Leicester/Antiquity).
Um novo estudo feito pela Universidade de Leicester, no Reino Unido,
revela pela primeira vez detalhes da sepultura cavada para o rei inglês Ricardo
III, cujo esqueleto foi encontrado em um estacionamento da cidade em fevereiro.
Segundo a pesquisa, conduzida por arqueólogos e geneticistas, o monarca – que governou
o país por apenas dois anos no século 15 – foi enterrado às pressas e com as
mãos amarradas. Também não foram achados sinais de caixão nem de vestes
especiais para envolver o morto.
De acordo com os autores do trabalho, liderado pelo arqueólogo Richard
Buckley e publicado na revista especializada "Antiquity", as análises
revelam que o monarca foi colocado em uma cova mal preparada, o que indica que
os coveiros tinham pressa em sepultá-lo.
Além disso, o corpo foi encontrado em uma posição não convencional, com
o tronco comprimido, e o túmulo era curto demais para receber os pés. A cova
também afunila à medida que fica mais funda.
Outras evidências apontam que as mãos de Ricardo III foram amarradas e o
corpo dele foi acomodado de lado, em vez de colocado no centro do sepulcro, o
que sugere que não foi feito nenhum esforço para enterrar o rei adequadamente.
O motivo, segundo os pesquisadores, pode ter sido a pressa ou a falta de
respeito pelo falecido.
As avaliações foram feitas após as escavações, que começaram em agosto
do ano passado e duraram três semanas. Antigamente, no local, funcionava uma
igreja medieval.
Segundo o historiador medieval Polydore Vergil, essas descobertas estão
de acordo com a versão de que Ricardo III foi enterrado sem qualquer pompa ou
funeral solene.
O estudo ainda inclui observações iniciais sobre o esqueleto do rei,
como um desvio grave na coluna (escoliose), traumas consistentes com ferimentos
no campo de batalha e potenciais lesões ocorridas na hora da morte. Mas os
resultados completos da análise óssea e dos exames de DNA serão publicados em
futuros artigos, destacam os cientistas.
O dramaturgo inglês William Shakespeare imortalizou Ricardo III como um
tirano corcunda que matou os dois sobrinhos para subir ao trono e que, antes de
morrer, propôs trocar seu reino por um cavalo. Até agora, sabia-se apenas que o
monarca havia morrido em 1485, na batalha de Bosworth Field, perto de
Leicester, e que com sua morte foi encerrada a Guerra das Rosas.
Esqueleto foi acomodado de qualquer jeito e sem espaço para os pés (Foto:
University of). Fonte G1
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