sexta-feira, 24 de maio de 2013

Ricardo III foi enterrado às pressas e com as mãos amarradas, diz estudo


Esqueleto de rei inglês foi encontrado em fevereiro na cidade de Leicester.
Análises de arqueólogos e geneticistas revelam detalhes do sepultamento.
Restos humanos do rei inglês Ricardo III foram encontrados em vala de um estacionamento na cidade de Leicester que no passado funcionava como uma igreja medieval (Foto: University of Leicester/Antiquity).
Um novo estudo feito pela Universidade de Leicester, no Reino Unido, revela pela primeira vez detalhes da sepultura cavada para o rei inglês Ricardo III, cujo esqueleto foi encontrado em um estacionamento da cidade em fevereiro. Segundo a pesquisa, conduzida por arqueólogos e geneticistas, o monarca – que governou o país por apenas dois anos no século 15 – foi enterrado às pressas e com as mãos amarradas. Também não foram achados sinais de caixão nem de vestes especiais para envolver o morto. 
De acordo com os autores do trabalho, liderado pelo arqueólogo Richard Buckley e publicado na revista especializada "Antiquity", as análises revelam que o monarca foi colocado em uma cova mal preparada, o que indica que os coveiros tinham pressa em sepultá-lo. 
Além disso, o corpo foi encontrado em uma posição não convencional, com o tronco comprimido, e o túmulo era curto demais para receber os pés. A cova também afunila à medida que fica mais funda. 
Outras evidências apontam que as mãos de Ricardo III foram amarradas e o corpo dele foi acomodado de lado, em vez de colocado no centro do sepulcro, o que sugere que não foi feito nenhum esforço para enterrar o rei adequadamente. O motivo, segundo os pesquisadores, pode ter sido a pressa ou a falta de respeito pelo falecido. 
As avaliações foram feitas após as escavações, que começaram em agosto do ano passado e duraram três semanas. Antigamente, no local, funcionava uma igreja medieval. 
Segundo o historiador medieval Polydore Vergil, essas descobertas estão de acordo com a versão de que Ricardo III foi enterrado sem qualquer pompa ou funeral solene. 
O estudo ainda inclui observações iniciais sobre o esqueleto do rei, como um desvio grave na coluna (escoliose), traumas consistentes com ferimentos no campo de batalha e potenciais lesões ocorridas na hora da morte. Mas os resultados completos da análise óssea e dos exames de DNA serão publicados em futuros artigos, destacam os cientistas. 
O dramaturgo inglês William Shakespeare imortalizou Ricardo III como um tirano corcunda que matou os dois sobrinhos para subir ao trono e que, antes de morrer, propôs trocar seu reino por um cavalo. Até agora, sabia-se apenas que o monarca havia morrido em 1485, na batalha de Bosworth Field, perto de Leicester, e que com sua morte foi encerrada a Guerra das Rosas.

Esqueleto foi acomodado de qualquer jeito e sem espaço para os pés (Foto: University of). Fonte G1

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