Estudantes beneficiados pelo
programa governamental Bolsa Família nas regiões Norte e Nordeste têm
rendimento melhor do que a média brasileira no ensino médio das escolas
públicas. A taxa de aprovação desses alunos é de 82,3% no Norte e de 82,7% no
Nordeste, enquanto a taxa brasileira é 75,2%.
Os
números foram feitos com o cruzamento de dados de 2011 do MEC (Ministério da
Educação) e do MDS (Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome) e
apresentados hoje (16) pela ministra do Desenvolvimento Social, Tereza
Campello, no 14º Fórum Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação da Undime
(União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação).
"Os
mais pobres tiveram um desempenho melhor do que a média", constata Tereza
Campello. "Não só conseguimos garantir que essas crianças não saiam mais
da escola, mas conseguimos garantir que elas consigam ir melhor na
escola". Ela atribui o rendimento ao fato de que os estudantes
beneficiados pelo programa não podem ter uma taxa de frequência inferior a 85%.
Para os demais alunos, a taxa é 75%.
"Além
disso, esses estudantes são superestimulados, as famílias entendem que é um
ganho muito grande", diz a ministra.
No Brasil,
esses estudantes também se destacam. A taxa de abandono escolar brasileira
no ensino médio era de 10,8% em 2011, mas entre os alunos beneficiados pelo
Bolsa Família, a taxa foi de 7,1%. A taxa de aprovação entre os beneficiados
foi de 79,9% em comparação à taxa nacional de 75,2%.
Ensino fundamental pior
No ensino
fundamental, estudantes beneficiados do Norte e Nordeste tiveram taxa de
rendimento um pouco inferior à taxa nacional. No Norte, a taxa de aprovação dos
beneficiados foi 84,4% em 2011 e 82% no Norte, em comparação à taxa
nacional de 86,3%.
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No Brasil, a
taxa geral de aprovação dos beneficiados foi 83,9%. O abandono nacional nessa
etapa do ensino foi 3,2%. Entre os beneficiados, também foi inferior, 2,9%.
A
ministra também apresentou dados que mostram a maior presença dos 20% mais
pobres da população brasileira no sistema de ensino. Em 2001, 17,3% dos jovens
com 16 anos, que fazem parte desse grupo, tinham ensino fundamental completo. O
número passou para 42,7%, em 2011. No Brasil, em 2001, 43,8% dos jovens nessa
faixa etária tinham o ensino fundamental completo, e em 2011, 62,6%.
Entre
os 20% mais pobres do país, os jovens de 15 a 17 anos na escola passaram de 71,1%,
em 2001, para 81,1%. No Brasil, a porcentagem de jovens nessa faixa etária na
escola passou de 81% para 83,7%. Entre os 20% mais pobres de 15 a 17 anos no
ensino médio, - a idade adequada a essa etapa de ensino - a taxa passou de
13,6% para 35,9%. A variação nacional foi 37,4% para 51,7%.
"Houve uma melhora no
fluxo escolar e são os mais pobres que estão puxando esses indicadores para
cima", constata Tereza. Mariana Tokarnia*
Da Agência Brasil, em Mata de São João (BA)
Da Agência Brasil, em Mata de São João (BA)
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