Aldeia
Sawré Muybú, Itaituba 29
de março de 2013. Nós,
povos indigenas Mundurukú do Médio e alto Tapajós estamos na aldeia Sawré Muybú
para reafirmar nossa aliança e dizer que o rio Tapajós é um só assim como o
povo mundurukú é um só. Denunciamos
que os representantes do governo Tiago Garcia e Nilton da secretaria geral da
república e o governo todo não cumpriram com o compromisso registrado nas atas
das reuniões de 15 de março de 2013. Não aguardaram a reunião das lideranças
Mundurukú marcada para 10 de abril de 2013 para dizer como queremos ser
consultados e depois reunir com o governo para comunicar nossa decisão.Além
disso, comunicamos que estamos sendo humilhados e ameaçados pela operação das
Forças Armadas do governo criadas pelo decreto 7957 de 12 de março de 2013 que
manda pesquisadores invadirem nossas terras junto com as policia Rodoviária
Federal, a policia Federal, o Exercito e a Força Nacional por causa das
hidrelétricas do Tapajós. Denunciamos que as Forças Armadas estão espalhadas
sobre o rio Tapajós sobre a Transamazônica e nossos territórios intimidando e
ameaçando as pessoas impedindo de navegar pelos nossos rios e circularmos
livremente pelas estradas nas nossas terras e aldeias. Não
podemos pescar, trabalhar, tomar banho no rio, caçar, andar livremente e viver
nossa vida. O governo está em nossas terras como bandidos, como ladrões
invadindo sem avisar os nossos rios e territórios para destruir o rio Tapajós e
explorar nossas riquezas. E está ameaçando nos ferir ou matar se
reagirmos. O governo também esta tentando dividir o nosso povo
Mundurukú para conquistar e destruir o rio Tapajós, mas o rio Tapajós não se
divide e o povo Mundurukú também não se divide. Nada que o governo
oferece paga toda a riqueza que temos. Não
venderemos nosso rio e território, nosso povo, nossa história nem o futuro dos
nossos filhos. Helicópteros e voadeiras estão circulando
pelo rio e pelo ar desde 27 de março de 2013 (vídeos em anexo). Os Mundurukú
foram intimidados pela policia federal rodoviária e pela força nacional e na
Transamazônica e no Porto Buburé no Tapajós. Em quanto isso bandidos estão
soltos pelas cidades do Brasil. Por
isso exigimos que: Todos nossos direitos questionados pelo
Ministério Público Federal na justiça sejam garantido. E fazemos a mesma
exigência do Ministério Público de Santarém por nossos direitos violados pela
Usina Hidrelétrica de São Luiz do Tapajós. Pedimos ao MPF/PA e a
justiça Federal que esse documento seja anexado ao processo contra as barragens
no Tapajós. E informamos que nós vamos dizer como queremos ser consultados
sobre todas as medidas legislativas e administrativas que afetam a nossa vida,
com ajuda do nosso órgão e instituições que escolhemos. A constituição 169 da
OIT garante aos povos indígenas esse direitos. Somos nós Mundurukú que
decidimos como seremos consultados, somos nós que decidimos como mudar vida do
nosso povo. Exigimos que as Forças Armadas pare imediatamente de
humilhar e se retirem de nossas terras, se isso não acontecer vamos agir do
nosso jeito e parem de voar sobre nossas aldeias e rios queremos dialogo com o governo
e não queremos brigas e nem morte já perdemos em novembro passado nosso parente
Adenilson Kirixi assassinado pela policia na aldeia Teles Pirez. Mas não
aceitamos acordo para trocar nossos direitos por hidrelétricas do Tapajós.
Por
fim exigimos a homologação de todos territórios e que o governo cumpra essas
medidas até dia 19 de abril de 2013 que é nosso dia. Pedimos
que a sociedade brasileira que todos os povos indígenas do Brasil e o mundo se
juntem a nós por essa causa e pela a Amazônia. E contem com o apoio do povo
Mundurukú para essa e para todas as lutas dos povos indígenas do planeta."
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