SÃO PAULO - O volume de soja embarcada nos dois
principais portos do País - Santos e Paranaguá - caiu, em média, 40% no
primeiro bimestre do ano comparado a igual período de 2012. No complexo
paranaense, quase metade da capacidade total de embarque está ociosa. O
porto pode despachar 80 mil toneladas de grãos por dia e só está fazendo
metade disso.
Em Santos, a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) afirmou
que o embarque está ajustado à capacidade, mas recentemente o diretor de
desenvolvimento comercial da Codesp, Carlos Kopittke, afirmou que, após
várias reuniões, ficou detectado que alguns terminais estavam operando
abaixo da capacidade por causa da dificuldade dos caminhões de chegar
até o local de desembarque.
Nas últimas semanas, a Rodovia Cônego Rangoni, que dá acesso aos
principais terminais de grãos do porto, tem ficado constantemente
congestionada, com filas quilométricas. Enquanto os motoristas ficam
horas estacionados na rodovia sem conseguir chegar ao terminal, os
navios não podem atracar por falta de mercadoria.
Em Paranaguá, até quarta-feira, havia 73 navios esperando para
carregar grãos, segundo informou o superintendente dos portos de
Paranaguá e Antonina, Luiz Henrique Dividino. Apenas quatro, no entanto,
tinham carga completa para fazer o embarque. Outros 18 estavam com
carga parcial e 53 ainda não tinham carga, ou porque o produto ainda não
havia chegado ao porto ou porque a carga ainda não havia sido
negociada.
O executivo explica que o volume embarcado foi prejudicado pelo
aumento das chuvas no período. De janeiro até meados desta semana, foram
27 dias de paralisação por causa das condições climáticas.
"Além da chuva que tem nos prejudicado, ainda temos a complicação de
estar trabalhando simultaneamente com dois produtos: milho e soja. Só no
primeiro bimestre, o volume de milho embarcado foi 288% maior que o
verificado em igual período de 2012. Em Santos, a situação é semelhante.
As exportações de milho cresceram 663%.
A dificuldade para o escoamento de grãos nos portos este ano já
provocou o cancelamento do embarque de 33 navios de soja comprada por
empresas chinesas. As informações são do jornal.AE - Agencia Estado O Estado de S. Paulo.
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