Nos
dias da Semana Santa deste ano as companhias aéreas vão fazer, no Pará,
o que sempre fizeram em períodos de feriadões. Sobretudo na rota
Belém-Santarém a exploração é tão antiga quanto a existência de aviões
nesse percurso. Há 15 anos, nos tempos da Varig e da Vasp, quem
precisasse ir de uma cidade à outra tinha que desembolsar cerca de 700
reais ida e volta, tabelados naquele tempo.
Nesta semana, a Azul está oferecendo promoção entre várias cidades, que
incluem, nesta região, Belém, Marabá e Macapá. Santarém jamais aparece
nessas promoções justamente porque é um trecho altamente rentável para
as empresas. Raramente se vê assentos desocupados entre Belém e Santarém
e de lá para cá, em todos os voos, sejam de dia ou de madrugada.
Santarém tem um aeroporto regional, atendendo a mais de dez municípios, e
essa é uma das explicações para a lotação da TAM, Gol e Azul. E por
isso mesmo a rota nunca é incluída nas promoções.
Na Semana Santa, pela mesma Azul, os preços são os seguintes na rota
paraense: Belém-Santarém: 585 reais (com a dica de que se trata de
"promoção"); para o retorno há três preços explicáveis apenas pela
empresa, imaginando-se que esteja afeto ao horário: 168 reais; 379 reais
e 489 reais.
Na Gol, estes são os preços "promocionais": Belém-Santarém: 335 reais e
682 reais, em horários diferentes. O retorno tem dois preços: 573 reais e
513 reais, em horários distintos.
Mas a campeã é a TAM. Belém-Santarém, dois preços: 482 reais e 662
reais. O retorno é sacrifício de Semana Santa para quem ou tem muito
dinheiro ou muita necessidade de viajar: 1. 184 reais e 1.304 reais,
dependendo do horário.
Como se vê, uma autêntica farra das empresas de transporte aéreo. Quem
precisa viajar nesse trecho deve ter muito cuidado, pois, sobretudo TAM e
GOL aplicam verdadeiras pegadinhas nos seus sites na internet: os
preços podem mudar durante uma operação de compra, ou o site trava para,
logo em seguida abrir com outros preços, sempre mais altos.
Mesmo que esse trecho seja muito rentável para essas empresas, uma
viagem no percurso pode, inclusive, incluir a oferta de comida com prazo
vencido. Foi o que eu publiquei aqui neste blog no dia 1 de janeiro de
2013, começando assim:
"Os passageiros do voo TAM JJ-3421, da linha Santarém-Rio/Galeão com
escala em Belém - os que estavam acordados pós-ressaca do réveillon -
foram agraciados na tarde de hoje com um lanche constando de uma única
bolacha água e sal e um pedaço de bolo fabricado há mais de cinco meses,
iguarias cujo prazo de validade estava vencido"
Os comissários da TAM foram avisados de que estavam servindo comida
possivelmente estragada e nada disseram, assim como a empresa, que não
deu nenhuma explicação, da mesma forma como não explica preços tão
absurdos cobrados nesse trecho.
Como a região Oeste do Pará não tem lideranças políticas nem
empresariais - ou seja porque empresários e políticos podem pagar quanto
lhes for cobrado por uma passagem - os eleitores viajantes que se
lixem, ou que caminhem, ou nadem até Roma para se queixar ao papa. Fonte Blog do JK.
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