quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

101 Anos de uma lenda Munduruku


Jacareacanga A Prefeitura Municipal  através do Diretor de Assuntos Indígenas Augusto Martins,  preparou para este dia (30) vasta programação na Aldeia Katõ do Rio Kabitutu para comemorar o centenário da principal e incontestável autoridade  Munduruku, o Cacique Geral Kabá Biboy, que completara 101 anos de nascimento. Segundo familiares o centenário guerreiro nasceu dia 30 de janeiro de 1.912  nas savanas do alto Tapajós e comanda com mão de ferro seu povo até a presente data. Dentro da vasta programação comemorativa, o cacique Biboy recebeu em sua aldeia muitos parentes vindos de aldeamentos distantes, e foi alvo de il ações elogiosas por comandar seu povo de forma ordeira e decidida,   além de receber homenagens como danças  de ordem cultural.
Simultaneamente à programação pelo natalício de Biboy estava ocorrendo na Aldeia Sai Cinza, a Assembleia do Povo Indígena Munduruku, onde assuntos de interesse coletivo dos indígenas, como Saúde, Educação, Economia estavam sendo discutidos, mesmo assim apesar desse grande encontro paralelo, não tirou o brilhantismo  da comemoração do natalício do grande cacique Munduruku que iniciou-se pela manhã alcançando a noite. Entre os convidados se fizeram presentes além de servidores da prefeitura, precisamente da Secretaria de assuntos indígenas, técnicos da promoção da saúde indígena comandados pela enfermeira Dulce, e o vereador Walter Tertulino, que se fez presente para abraçar, como disse, um grande amigo e companheiro de jornada, por seu centenário. O Biboy está feliz! táXipa’t!  A frase era a mais comentada na aldeia Katõ, pelos indígenas e familiares do velho líder ao comentarem o estado de espirito do velho guerreiro que se surpreendera com tanta manifestação de carinho ´por seu natalício. Biboy deu prolongada entrevista para o SBT local (TV Buré) contando seus grandes feitos no decurso de seu tempo como líder Munduruku.
ASSEMBLÉIA MUNDURUKU
No dia seguinte, ao aniversario do velho guerreiro Biboy, sua presença na Assembleia em Sai Cinza, foi requerida por seu povo, e um avião foi deslocado para buscar o líder, que mesmo com os males da idade, Biboy demonstrava segurança em seus curtos deslocamentos e palavras firmes. No encontro em Sai Cinza, momentos de tensão se apresentaram quando através da indígena Rosenilda Waro foi rememorado o episodio da invasão na Aldeia Teles Pires ocorrida por forças legais por ocasião em que foi deflagrada a Operação Eldorado e que foi vitimado fatalmente o indígena Adenilson Krixi. Outro momento tenso foi por ocasião em que uma pessoa que não fora previamente identificada fazia imagens e que teve em consequência seu material e equipamento vistoriado, por guerreiros, já que na ocasião a discussão versava sobre os complexos hidrelétricos idealizados  para serem construídos em áreas de influencia da Terra Indígena Munduruku, Kayabi e Sai Cinza, e que por certo trarão enormes prejuízos ambientais e culturais ao povo indígena. Os indígenas imaginaram que a pessoa que fazia imagens estaria ligada aos empreendedores dos projetos hidrelétricos. O ultimo assuntos que deveria ser tratado pelos indígenas seria sobre a organização social do grupo, não cabendo discussão por parte dos não índios. Nessa discussão à assembleia escolheria entre os lideres  Vicente Saw, Venâncio Poxo, Martinho Borum, e Arnaldo Kabá, o substituto do velho líder Biboy, para liderar os Munduruku em busca da garantia de  seus direitos, tantas vezes negado,  e do progresso. Após a assembleia do Sai Cinza grande parte dos indígenas que participaram do grande encontro, principalmente os mais jovens, fizeram uma manifestação  pacifica pelas principais ruas  da cidade neste sábado, contra os projetos hidrelétricos no entorno das Terras Indígenas, São unânimes os silvícolas em afirmarem que resistirão contra todas as formas de construção de barragens em área de influencia das Terras Indígenas ocupadas  pelos Munduruku, e dizem que irão para o confronto se possível for. Assuntos tratados com Munduruku tem que ser levado à serio,  não se pode brincar com um povo, que tem uma historia de resistência e luta . Esse povo deve ser respeitado. Não se pode brincar com fogo. Quem brinca com fogo ou faz xixi na tipóia, ou se queima, brincar com índio e Munduruku é pior que fogo! Se queima mesmo. Respeito Já!!! Reproduzido do Blog Rastilho de Pólvora.









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