O arquiteto Oscar
Niemeyer sempre foi surpreendente. Mesmo para quem, nascido depois dos anos 60,
sempre viu Brasília plantada no Planalto Central, ele tinha novidades. Como os
jovens o cercavam constantemente, para entrevistas ou aulas práticas, ele costumava
preconizar: "A vida humana é muito pequena e muito dura e é preciso não
desistir dos ideais, pelas mudanças políticas e sociais necessárias. Por isso,
temos ainda um longo tempo de luta pela frente", disse ele certa vez a
estudantes que o entrevistavam em Niterói.
Isso
era dito com entusiasmo por um homem nascido em 15 de dezembro de 1907, num Rio
da Belle Époque. Um brasileiro que mudou a arquitetura mundial e incluiu o
Brasil na história desta ciência/arte. Que desenhou cidades, paisagens e
monumentos, ensinou outros profissionais a criar e viver e, no entanto,
afirmava que a arquitetura não era importante. "Digo aos recém-formados
que não basta estudar na escola. Tem que conhecer a vida, os problemas, a
miséria e estar pronto a participar, a compreender a vida", disse ele
certa vez ao Estado.
"O homem tem que se interessar pelas coisas, literatura, filosofia,
história... não para ser intelectual, para ter uma idéia da vida, que tem que
ser vivida com solidariedade, senão não adianta."
Costumava dizer que escola não era suficiente e que, sem solidariedade, sem conhecer os problemas e as misérias, não adiantava viver
05 de dezembro de 2012 | 22h 25
O Estado de S.Paulo
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