Governo estuda vetar vendas de armamentos semiautomáticos com carregadores removíveis e de concepção militar
O
presidente Barack Obama deu nesta terça-feira (18) todo seu apoio ao projeto de
lei para proibir a posse de fuzis de assalto e outras armas 'semiautomáticas',
depois do massacre ocorrido na escola primária de Connecticut.
O porta-voz da Casa Branca
Jay Carney afirmou que o presidente vai apoiar a iniciativa proposta pela
senadora democrata Dianne Feinstein para proibir certos tipos de armas
semiautomáticas com carregadores removíveis e concepção militar.
Carney disse que o presidente
também apoiará qualquer ação para proibir carregadores de alta capacidade - que
têm munição para dezenas de tiros - e acabar com a brecha que permite
indivíduos sem licença vender armas de forma privada.
Feinstein prometeu nesta
segunda-feira (17) encorajar o projeto de lei logo após a posse dos novos
congressistas, em janeiro, e disse à CNN que o texto "será forte e
definitivo. Vai proibir com nome e sobrenome pelo menos 100 armas de assalto
semiautomáticas de tipo militar".
Uma proibição anterior das
armas de assalto expirou em 2004 e, desde então, muitos cidadãos adquiriram
versões semiautomáticas de fuzis de assalto como o Kalashnikov ou o AR-15.
O debate sobre a questão
ressurgiu após o massacre de sexta-feira (14) em Newtown, Connecticut (nordeste
dos EUA), onde um jovem matou a mãe em casa e depois foi à escola de ensino
fundamental Sandy Hook, onde assassinou 20 crianças e seis adultos, antes de se
suicidar.
O assassino, identificado
como Adam Lanza, de 20 anos, usou um fuzil de assalto Bushmaster, versão
semiautomática do AR-15, para cometer o massacre, que provocou uma avalanche de
pedidos para controlar de forma mais restrita a posse de armas.
Contudo, Obama e Feinstein
podem entrar em choque com o poderoso lobby que defende o direito à posse de
armas e de legiões de entusiastas do tiro.
Obama apoiou durante longo
tempo a restauração da proibição de fuzis de assalto e armas similares, mas não
tomou nenhuma medida durante seu primeiro mandato para que isso ocorresse,
apesar de o país sofrer uma epidemia destes violentos episódios, incluindo 62
tiroteios desde 1982, três dos mais mortíferos na segunda metade deste ano.
De acordo com uma pesquisa
difundida pela emissora CBS esta terça-feira, 57% dos americanos são favoráveis
a uma lei mais rigorosa sobre compra de armas. De qualquer forma, a metade
pensa que uma legislação mais estrita não teria impedido o massacre em Sandy
Hook.
Na maioria dos casos, foram
usadas armas curtas semiautomáticas ou fuzis de assalto na versão civil
adquiridas de forma legal.
Em 2009, havia uma estimativa
de 310 milhões de armas de fogo não militares nos Estados Unidos, o que
equivale a uma por cidadão. A população norte-americana tem 20 vezes mais
probabilidades de morrer por arma de fogo que a de qualquer outro país
desenvolvido.
Em Newtown, a maioria dos
colégios reabriram esta terça-feira, embora os sobreviventes da tragédia
continuem em casa e a escola fundamental Sandy Hook permaneça fechada por causa
da investigação policial em andamento.
Quanto à investigação, a
polícia não deu maiores detalhes sobre o que teria encontrado ao revistar a
casa da mãe do assassino, Adam Lanza, que não tem antecedentes criminais, e que
poderia explicar o que aconteceu.
Entre os elementos examinados
estão o fuzil de assalto e as pistolas que Lanza levou para a escola e que
pertenciam à sua mãe, Nancy.
A imprensa americana também
informou que a polícia analisava o disco rígido do computador do jovem.
Pouco a pouco vai se
desenhando a imagem de um jovem que ninguém conhecia bem e de uma mãe que fez
de tudo para protegê-lo, mas que, de forma finalmente trágica, transmitiu ao
filho a paixão pelas armas.
Um comentário:
Incrível como apesar das reportagens explicitamente falarem que o assassino tinha problemas mentais, ninguém faz a pergunta: "o ato de violência estaria relacionado com os efeitos colaterais da9s) medicação(ções) que Adam Lanza tomava?". Leia mais aqui:
http://www.anovaordemmundial.com/2012/12/massacre-em-connecticut-medicacao.html
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