Tem alguma coisa
enigmática, estranha. O Governo se diz contra o aborto, mas a ministra
recém-empossada na Secretaria de políticas para as mulheres tem uma história de
luta pela legalização do aborto. Houve gritaria geral na bancada evangélica
depois de veiculada uma entrevista,
concedida em 2004, em que a ministra Eleonora Menicucci de Oliveira se disse
não só favorável à legalização do aborto como declarou ter praticado dois
abortos na juventude. Nesta mesma entrevista a ministra relata sua história de
vida e sua participação em uma ONG destinada a ensinar métodos abortivos a
mulheres, mas na cerimônia de posse, Eleonora Menicucci de Oliveira declarou
que sua opinião não vinha ao caso, pois ela agora é Governo. “Paris bem vale
uma missa”? Ou não?
Não nego que esta
questão seja difícil e delicada, pois há princípios religiosos e morais em
jogo. No entanto, penso que o Estado laico nada tem a ver com posições
religiosas e sim com o bem comum. Fiquei pasma com tudo o que ouvi. Para alguns
a nova ministra é uma “fazedora de anjos”, como se diz ou dizia no jargão
policial do século XX, para outros suas convicções não devem ser
consideradas e o Governo seguirá com sua política contra o aborto.
Não é possível que o Governo se curve ao medo de perder o apoio por afirmar e lutar por uma política mais humana em relação à questão do aborto. Todas sabem que o aborto ilegal e as consequências advindas dos procedimentos caseiros e malfeitos utilizados nesta prática figuram como a terceira causa de morte das mulheres jovens no Brasil. Assim sendo, não dá para continuar tapando o sol com a peneira. Será que o Governo está se deixando amesquinhar diante deste problema ou a indicação de Eleonora Menicucci de Oliveira sinaliza uma vontade política de enfrentar a polêmica?
Não é possível que o Governo se curve ao medo de perder o apoio por afirmar e lutar por uma política mais humana em relação à questão do aborto. Todas sabem que o aborto ilegal e as consequências advindas dos procedimentos caseiros e malfeitos utilizados nesta prática figuram como a terceira causa de morte das mulheres jovens no Brasil. Assim sendo, não dá para continuar tapando o sol com a peneira. Será que o Governo está se deixando amesquinhar diante deste problema ou a indicação de Eleonora Menicucci de Oliveira sinaliza uma vontade política de enfrentar a polêmica?
Penso que a escolha dos ministros
deve-se à sua competência e às ideias professadas pelos mesmos. Se for assim, a
ministra poderá fazer um bom trabalho. Se, ao contrário, a ministra assumir a
posição de Governo avessa ao aborto estará seguindo a triste sina do nosso
país, não tomando as decisões corretas por medo de perder a aprovação. Deixar
de lado um dos mais sérios dilemas das mulheres que, diferentemente da ministra
Eleonora Menicucci de Oliveira, não têm um partido para aconselhá-las a fazer
um aborto ilegal em uma situação de extrema dificuldade política e pessoal,
conforme está dito na entrevista de 2004, citada acima, será um erro grave.
Mas, se, ao contrário, esta nomeação prenuncia o início do enfrentamento dos
setores religiosos e conservadores, fico mais esperançosa. Fonte da pesquisa G1 Yvonne Maggie Veja mais>
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A Unidos da Tijuca é a campeã de 2012 do Carnaval carioca. Desenvolver
sobre o tema hoje aqui seria algo como plagiar a mim mesmo. Afinal de contas,
mais de uma vez dei minhas explicações neste mesmo espaço sobre os motivos que
justificam a consagração do carnavalesco Paulo Barros como um dos maiores
criadores da história dos desfiles das escolas de samba do Grupo Especial.(Por Zeca Camargo)
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